Um papiro egípcio com três mil anos pode conter um dos primeiros registos de um homem despedido por abusos sexuais.
O manuscrito, com cerca de três mil anos, descreve uma lista de numerosas ações moralmente reprováveis por parte do artesão chefe Paneb, que viveu aproximadamente em 1.200 a.C. na cidade de Tebas, cujas ruínas se localizam dentro da moderna cidade de Luxor.
Paneb era o chefe de uma comunidade de artesãos que construíam túmulos reais no Vale dos Reis, na margem oeste do Rio Nilo. O autor do papiro, Amennakht, era, aparentemente, um companheiro que estava zangado com Paneb e que, por esse motivo, decidiu fazer denúncias diante do faraó.
De acordo com as acusações de Amennakht, Paneb ocupou o cargo de chefe de gabinete de modo injusto e era o autor do documento quem deveria ocupar esse mesmo lugar.
Para dar mais peso às suas reivindicações, Amennakht apresentou uma lista de acusações de agressão sexual e adultério. Numa das denúncias, Amennakht acusou Paneb de abusar sexualmente de uma mulher chamada Yemenwaw, a quem rasgou as roupas, “atirando-a contra parede e violando-a“.
Amennakht apresenta no papiro não só as denúncias de abuso sexual como também alguns testemunhos, destacando-se o testemunho do filho de Paneb, que garante que a denúncia de abuso sexual detalhada no manuscrito não foi o único crime que o pai cometeu.
O manuscrito não esclarece o que aconteceu com Paneb, mas mostra que, mesmo em sociedades antigas, as pessoas podiam ter sido castigadas pelo seu comportamento inaceitável.
O documento faz parte de um conjunto de notas conhecido como Papyrus Salt 124, detido pelo British Museum, e está a ser revisto por especialistas para examinar a cultura sexual antiga.
ZAP // Sputnik / The Independent