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Greve de tripulantes da Ryanair ganha escala europeia

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O último dia de greve na Ryanair, marcada para esta quarta-feira, vai contar com a presença de dirigentes sindicais de outros países – aquilo que poderá ser o primeiro passo para a realização de uma greve a nível europeu.

Segundo o Diário de Notícias, o sindicato português terá o apoio de dirigentes dos sindicatos de tripulantes de cabina de Espanha, Alemanha e Inglaterra no protesto marcado para esta quarta-feira para contestar a política laboral da Ryanair.

Os sindicalistas vão estar divididos pelos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, três das quatro bases nacionais em que opera a companhia aérea irlandesa, e será o “primeiro passo” para a eventual realização de uma greve a nível europeu.

“Será o primeiro passo para dar início a uma greve a nível europeu“, afirmou ao jornal Bruno Fialho, da direção do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC). O responsável explica que as “situações vividas pelos tripulantes são semelhantes em toda a Europa” com relatos de “desrespeito pela legislação laboral” e “relatos assustadores” de represálias cometidas contra os trabalhadores.

“Não são questões financeiras que estão na base desta greve. É o desrespeito das regras laborais, a Ryanair aplica sanções a quem fica doente, não aceita as regras da parentalidade dos países. Tem de cumprir as normas obrigatórias para estar no país”, realça ao diário o dirigente do sindicato português.

De acordo com o DN, os sindicatos envolvidos na negociação são, além de Portugal, França, Alemanha, Espanha, Itália, Bélgica e Holanda. “Há um alto fator de possibilidade de o movimento se alargar a outros países no caso de a Ryanair exercer represálias contra os trabalhadores de outras bases que se recusaram a substituir os portugueses”, disse Antonio Escobar, do Sindicato Independente de Tripulantes de Cabina de Passageiros de Linhas Aéreas de Espanha.

Amanhã será o último dia do protesto em território nacional. Já foram cumpridos dois dias de greve intercalados, na passada quinta-feira e no domingo, o que levou ao cancelamento de mais de 40 voos. No entanto, a transportadora aérea conseguiu realizar sete voos com tripulação estrangeira recrutada de forma ilegal, acusa o SNPVAC.

Agora, os tripulantes de outros países já estão a “recusar fazer estes serviços na greve dos portugueses apesar da pressão e da chantagem da empresa”, refere Bruno Fialho.

A Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) já avançou com uma ação inspetiva para averiguar irregularidades relacionadas com o direito à greve dos tripulantes. Na Assembleia da República, já deu entrada um requerimento do Bloco de Esquerda para que sejam realizadas “audições, com carácter de urgência, dos representantes do conselho de administração da Ryanair em Portugal, dos representantes do SNPVAC e dos responsáveis da ACT, da ANA e da ANAC”. O PCP também já pediu explicações ao Governo.

ZAP //

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