As estatísticas oficiais do Estado sobre incêndios em Portugal, divulgadas até hoje, ignoravam mais de 100 mil hectares queimados em 2017. A área ardida no último ano ronda os 570 mil hectares e não os 442 mil.
Segundo dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), os incêndios do ano passado consumiram 442 mil hectares. No entanto, a TSF avança que este número fica aquém da estimativa do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS) da Comissão Europeia, que fala em mais de 563 mil hectares.
Os mais de 100 mil hectares “escondidos” deve-se ao facto de a estatística do ICNF não contabilizar a área ardida em zonas agrícolas, que não são consideradas pelo instituto nacional. Já o instituto europeu baseia as suas medições em imagens satélite, considerando todo o tipo de terrenos queimados.
Fonte do EFFIS explicou à TSF que contaram 563 mil hectares queimados em Portugal, dos quais 456 mil foram em floresta ou mato, ou seja, um número “muito próximo” dos 442 mil apresentados pelo ICNF.
Um especialista português explicou ainda que o ICNF tem dados sobre a área agrícola queimada, mas não os divulga porque tudo o que está fora do espaço florestal fica fora das suas atribuições institucionais.
Tanto o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, como o ICNF confirmaram à TSF que até agora, com a publicação da Lei 76/2017 no fim de agosto, só contavam os efeitos dos incêndios em áreas florestais. No entanto, agora, “já contabilizam a área agrícola“.
Os dados sobre a área ardida em 2017 continuam a ser provisórios, mas os valores estão muito “próximos” dos contabilizados pelo centro europeu, que “rondam os 570 mil hectares, podendo existir uma margem de erro de 10%“, adiantam.
Convém não mostrar tudo!.