Só há uma creche privada que mantém um “acordo atípico” com a Segurança Social, para permitir uma resposta para os filhos de trabalhadores obrigados a trabalharem por turnos, durante o fim-de-semana. Uma informação conhecida quando o Governo continua à procura de uma solução para o caso da Autoeuropa.
A solução que o ministro do Trabalho e Segurança Social, Vieira da Silva, tinha anunciado para os filhos dos trabalhadores da Autoeuropa, obrigados a fazerem novos turnos aos sábados, é “uma situação quase exclusiva“, anuncia o Diário de Notícias.
Vieira da Silva tinha notado que a Segurança Social assumiria a responsabilidade por garantir apoio para os filhos, durante os novos horários dos turnos, justificando que este “complemento de horário de creche já era atribuído a 953 creches portuguesas”, cita o DN.
Mas aquilo que Vieira da Silva referiu estar disponível a “todos os trabalhadores”, e não apenas aos da Autoeuropa, é, afinal, uma excepção.
O DN apurou que a Segurança Social só tem este chamado “acordo atípico” com a Fundação Pão de Açúcar Auchan, que tem o estatuto de instituição particular de solidariedade social (IPSS), para o colégio Rik&Rok em Alfragide.
Este espaço privado acolhe filhos de trabalhadores do Grupo Auchan, mas também de pais sem ligações à empresa, e funciona “entre as 07.00 e as 00.30 todos os dias do ano”, refere o DN.
Mas de resto, a Segurança Social rejeita “a grande maioria dos pedidos” que lhe são enviados para situações semelhantes. “Os encargos financeiros são a principal razão, mas também o facto de poder contribuir para a “desestruturação familiar”, refere o jornal.
Enquanto isso, a Segurança Social continua a tentar encontrar uma solução para a Autoeuropa, procurando respostas sociais na região de Setúbal. Em causa estão 58 crianças, filhas de trabalhadores que manifestaram interesse em obter uma creche para os filhos ao sábado.