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“Estamos a caminhar para o pico” da gripe, mas não será muito complicado

Nas últimas duas semanas do ano, foram verificadas mortes acima do esperado. Fernando Almeida, presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, estima que o pico da doença se atinja nos próximos dias e que o surto não seja muito complicado este ano.

Dados divulgados pelo Instituto Ricardo Jorge (INSA), esta quinta-feira, mostram que a atividade gripal é baixa e que diminuiu de intensidade na primeira semana do ano. Contudo, já morreram 600 pessoas além do que era espectável para a época, avança o Expresso.

Os óbitos tiveram início nas duas últimas semanas do ano de 2017, altura em que as temperaturas mínimas médias começaram a descer.

Foram admitidos 17 doentes com gripe e, embora o número não seja muito alto, verificou-se que a proporção de casos de gripe admitidos em unidades de cuidados intensivos aumentou para mais do dobro, comparativamente com a última semana do ano, lê-se no Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe.

No entanto, é nos próximos dias que a gripe irá atingir o seu pico. Em entrevista à agência Lusa, Fernando Almeida, presidente do INSA, referiu que os dados reunidos apontam para que este “não seja um período muito complicado, em termos de epidemia”.

“Neste momento estamos no que consideramos o pleno período de surto”, afirmou o presidente, recordando que a epidemia demora entre oito a nove semanas e que, atualmente, “estamos a caminhar para o pico” da gripe.

No que diz respeito à vacinação, Fernando Almeida mostra-se confiante no efeito, tendo em conta que nunca como este ano se vacinaram tantas pessoas contra a gripe, apesar do vírus que circula atualmente – tipo B – não constar da vacina.

“O vírus B é um dos quais é possível fazer a imunização cruzada, o que quer dizer que quando a pessoa recebe a vacina recebe a estirpe que, mesmo não sendo igual, tem pedacinhos de ADN que são iguais e fica também imunizada”, explica.

O vírus tipo B não é tão virulento, ou seja, “não é tão grave quando provoca a gripe”. Segundo Fernando Almeida, a época gripal significa para o INSA um período “normal” de trabalho. “Estamos permanentemente preparados e integramos o plano para as temperaturas adversas”, disse.

Em relação aos casos mortais devido à gripe, o presidente é perentório. “Há casos mortais devido à gripe. Sempre houve e sempre haverá“.

Durante a última época gripal (2016/2017), a gripe e a vaga de frio terão sido responsáveis por 4.467 óbitos, segundo o relatório anual do Programa Nacional de Vigilância da Gripe, elaborado pelo INSA, em colaboração com a Direção-Geral da Saúde.

ZAP // Lusa

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