Portugueses emigram cada vez menos

Segundo o Observatório da Emigração, cem mil portugueses emigraram em 2016. Este é o valor mais baixo registado desde o início da crise, em 2011.

Segundo os dados do Observatório das Migrações, em 2016 saíram do país 100 mil pessoas, menos 10 mil do que em 2015. Este é o valor mais baixo dos últimos cinco anos, avança o Público.

Rui Pena Pires, responsável pelo Observatório da Emigração, explica que a redução do número de saídas de Portugal em 2016 se deve “à diminuição, pela primeira vez, da emigração para o Reino Unido e para Angola“, dois dos principais países de destino “que se mantinham estáveis apesar dos outros já estarem a descer”.

Estes dois destinos dos emigrantes portugueses registaram, pela primeira vez nos últimos anos, uma diminuição da procura. Em 2016, Angola verificou uma quebra acentuada de 41,6%. No caso do Reino Unido, apesar de continuar a ser o destino de eleição, registou-se também uma descida de 5,4%.

No entanto, apesar desta diminuição, Pena Pires afirma que Portugal “vai demorar a retomar os níveis antes da crise”. Para o investigador, a única coisa que poderá acelerar a descida deste fenómeno é a “crise nos países de destino”. Tomando como exemplo o Reino Unido, vários portugueses ficaram demovidos de emigrar para o país devido ao Brexit.

“É normal que a emigração continue”, afirma o responsável, explicando que Portugal ainda não se encontra num processo de expansão económica muito forte e que, quando a emigração cresce, “a certa altura tende a ficar menos sensível aos incentivos económicos”.

O relatório do Observatório das Migrações, que é apresentado esta segunda-feira, revela também informação sobre estrangeiros que procuram o nosso país para viver.

Apesar da ligeira melhoria observada, o número de estrangeiros em Portugal com rendimentos abaixo do limiar da pobreza, no ano passado, era de 45,6%. Invertendo esta análise, a percentagem de portugueses que se encontravam em 2016 nesta situação era de 24,5%.

De acordo com a TSF, apesar da elevada percentagem de estrangeiros em risco de pobreza, a relação entre as contribuições para a Segurança Social destes imigrantes e aquilo que recebem em prestações sociais, representa um saldo positivo de mais de 400 milhões de euros para a Segurança Social.

ZAP //

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