O filme “A fábrica de nada”, de Pedro Pinho, recebeu hoje, no Festival de Cinema de Turim, em Itália, o prémio especial do júri, designado Prémio Fundação Sandretto Re Rebaudengo, o segundo mais importante do palmarés.
O júri do festival, presidido pelo realizador chileno Pablo Larrain, atribuiu o prémio de Melhor Filme a “Don’t forget me”, uma coprodução de Israel, França e Alemanha, dirigida por Ram Nehari, conforme a decisão anunciada hoje à noite, na gala de encerramento.
O filme de Pedro Pinho foi igualmente distinguido com uma Menção Honrosa na competicão paralela ao festival, julgada por alunos de escolas superiores de cinema, por ter mostrado que a chamada sétima arte “pode ser um instrumento ativo na mudança” social.
“A fábrica de nada” estreou-se em maio, no Festival de Cannes, onde venceu o prémio da crítica, a que se seguiu o prémio CineVision, em junho, em Munique, para melhor novo filme.
Foi igualmente distinguido nos festivais Duhok, no Iraque, e Miskolc, na Hungria, e selecionado para os festivais de Londres, Toronto e Jerusalém.
O vencedor do principal prémio de Turim, “Don’t Forget Me“, também recebeu os prémios de Melhor Ator (Nitai Gvirtz) e de Melhor Atriz (Moon Shavit), ‘ex-aequo’ com a protagonista do filme inglês “Daphne”, de Peter Burns (Emily Beecham).
O Prémio do Público foi para o filme francês “A voix haute”, de Stéphane De Freitas, cineasta descendente de emigrantes portugueses, fundador da rede social Eloquentia.
“A morte de Stalin“, de Armando Iannucci, filme já estreado em Portugal, recebeu o prémio da Federação Internacional dos Críticos de Cinema (Fipresci). Foi também o vencedor dos “prémios colaterais”, atribuídos por alunos de escolas de cinema.
Na área do documentário, “M–1“, de Luciano Pérez Savoy (Bosnia/México), recebeu o prémio de melhor produção internacional, tendo sido atribuído o prémio especial do júri, neste segmento, ao francês “Sans adieu”, de Christophe Agou.
Os prémios de curta-metragem foram para as produções italianas “Ida“, de Giorgia Ruggiano, e “Blue Screen“, de Alessandro Arfuso e Riccardo Bolo.
Portugal tinha cinco filmes selecionados para o Festival de Cinema de Turim, que teve início a 24 de novembro. Em competição estavam “A fábrica de nada”, de Pedro Pinho, e “Spell Reel”, de Filipa César.
Na secção “Viagem” foram incluídos dois filmes do realizador francês F.J. Ossang, coproduzidos por Portugal – a curta-metragem “Silêncio” (2007) e a longa-metragem “Nove dedos” (2017) -, assim como “Margem sul“, média metragem de José Álvaro de Morais (1993-2004), feita em 1994.
“Colo“, de Teresa Villaverde, e “Verão danado“, primeira obra de Pedro Cabeleira, foram exibidos na secção “Onde”, sobre filmes em diálogo com a arte contemporânea.
// Lusa