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Emmerson Mnangagwa empossado presidente provisório do Zimbabué

Kim Ludbrook / EPA

O novo Presidente provisório do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa

Emmerson Mnangagwa tomou posse, esta sexta-feira, como presidente provisório do Zimbabué, em substituição de Robert Mugabe que apresentou a demissão na sequência de um golpe de Estado militar.

Emmerson Mangagwa, de 75 anos, ex-vice-presidente e líder da ZANU-PF (partido no poder) desde o passado domingo, prestou juramento perante milhares de pessoas reunidas num estádio de Harare.

“Eu, Emmerson Dambudzo Mnangagwa, juro que enquanto presidente da República do Zimbabué serei leal à República do Zimbabué e vou obedecer, apoiar e defender a Constituição e as leis do Zimbabué”, declarou o novo chefe de Estado.

Robert Mugabe, 93 anos, não esteve presente na cerimónia de tomada de posse.

O jornal de Harare The Herald noticiou hoje que Mnangagwa garantiu total segurança e bem-estar ao antigo chefe de Estado, que se manteve no poder desde 1980.

Mugabe apresentou a demissão na terça-feira depois do golpe de Estado de 14 de novembro, evitando o processo de destituição parlamentar iniciado pelos deputados da ZANU-PF.

A principal prioridade de Mnangagwa é a reconstrução da economia do país. O Zimbabué luta contra o crescimento lento, uma inflação crescente e um desemprego em massa (90%).

“Queremos o crescimento da nossa economia, queremos empregos”, declarou o novo homem forte do Zimbabué no seu primeiro discurso, na quarta-feira, algumas horas depois de ter regressado de um breve exílio na África do Sul.

Durante muito tempo considerado o delfim de Mugabe, Mnangagwa foi demitido a 6 de novembro – por intervenção da então primeira-dama, Grace Mugabe, que esperava suceder ao marido – e abandonou o país por razões de segurança.

Face à profunda crise do país, as expectativas da população são enormes, mas a chegada ao poder de Mnangagwa também suscita preocupações, tendo em conta o seu passado de quatro décadas no aparelho de segurança zimbabueano, que executou o “trabalho sujo” do ex-presidente.

A organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional pediu ao novo líder do Zimbabué que “evite regressar aos abusos do passado”.

“O próximo governo deverá encetar rapidamente as necessárias e urgentes reformas nas Forças Armadas e na Polícia, as principais armas da repressão de Mugabe” bem conhecidas de Mnangagwa, defendeu, por seu turno, a Human Rights Watch.

Quanto ao principal partido da oposição, o Movimento para a Mudança Democrática (MDC) disse estar “cautelosamente otimista” em relação ao próximo líder do país.

Embora referindo esperar que Mnangagwa “não vá imitar e replicar o regime mau, corrupto, decadente e incompetente de Mugabe”, o MDC prometeu acompanhar atentamente as próximas decisões do novo presidente “particularmente em relação ao desmantelamento de todos os opressivos pilares da repressão que foram criados pelo regime cessante”.

ZAP // Lusa

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