“É ilusão achar que é possível voltar ao ponto antes da crise”

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José Sena Goulão / Lusa

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República aproveitou uma conferência sobre educação para lembrar os professores que a “crise deixou marcas profundas” e que é “uma ilusão achar que é possível voltar ao ponto antes da crise”.

Na Fundação Gulbenkian falou-se de educação e do poder na conquista da igualdade. E foi perante uma plateia recheada de professores que Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que “a crise deixou marcas profundas” e, por isso, é “uma ilusão achar que é possível voltar ao ponto em que nos encontrávamos antes da crise. Isso não há”.

Além disso, o Presidente da República acrescentou que “olhar para os problemas como se não tivesse havido crise”, é incorrer “numa segunda ilusão“: “A crise deixou traços profundos e temos de olhar para eles”.

À conversa com Catarina Furtado, Marcelo afirmou que a postura de “ganhar um tempinho” geralmente “não dá bom resultado”, numa altura em o Governo e os sindicatos concordaram retomar as negociações sobre o descongelamento de carreiras a 15 de dezembro, sem quaisquer medidas concretas.

A sociedade tem de ter a coragem de assumir os seus problemas. Mas há muito a tendência portuguesa para o ‘mais ou menos’, o ‘assim-assim’, ou a tendência de ‘ganhar um tempinho’. É quando alguém pensa: ‘Bem, consegui ganhar um tempinho. Com sorte isto não dá errado”, comentou o Presidente.

Quem também levou um “recado” para casa foi o primeiro-ministro. De acordo com o Público, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que “temos de estar atentos permanentemente aos sinais dos tempos. O educador tem de antecipar as crises. Quem demora muito tempo a responder vai sempre a reboque dos acontecimentos”.

À saída, perante os jornalistas, o Presidente assumiu outra postura. Como acontecera antes, no final da visita ao Hospital Pediátrico D. Estefânia: “O Presidente da República quer ver primeiro o teor efetivo do que foi acordado e se tem impacto no Orçamento do Estado (OE2018), não vale a pena antecipar. Veremos se alguns processos reivindicativos têm incidência no Orçamento, pode ser que não”.

Interrogado, depois, se não teme que se tenha aberto a “caixa de Pandora” e que se alargue a contestação dos professores a outras classes profissionais, Marcelo Rebelo de Sousa declarou: “Ora aí está um tema que, porventura, será bom para o Presidente da República se pronunciar quando tiver de analisar a promulgação do Orçamento. Como eu tenho o hábito de explicar a minha posição sobre os orçamentos, se for caso disso, eu não me esquecerei dessa sugestão“, prometeu.

ZAP //

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5 Comments

  1. Depende!
    Para a função pública parece que é possível voltar ao tempo antes da crise, ou até melhorar.
    Para os que trabalham por conta própria nunca se esteve tão mal…

  2. Vai dizendo umas coisas. O que toda a gente sabe. Costa é que deveria dizer isto. A crise foi aumentada pelos da sua camarilha. Em 2002 já o país estava de tanga!!!

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