Investigadores da Universidade de Dundee, na Escócia, reconstruiram a fisionomia de Lilias Adie, a mulher escocesa que foi acusada de bruxaria e de ter feito sexo com o diabo.
Segundo o The Telegraph, uma equipa de cientistas da Universidade de Dundee, na Escócia, usou a ajuda de “bruxaria moderna” – a tecnologia – para reconstruir a fisionomia da famosa Lilias Adie, a mulher escocesa que no século XVIII foi acusada e condenada por bruxaria e por ter feito sexo com o Diabo.
Adie, que viveu toda a sua vida na vila de Torryburn, morreu na prisão em 1704. Os cientistas usaram fotos de arquivo do crânio da alegada bruxa e recorreram a software 3D de reconstrução facial usado em técnicas forenses e na medicina legal para reconstruir a sua face.
Adie foi uma das poucas “bruxas” que conseguiu evitar ser queimada, tendo sido presa e torturada até confessar os seus “crimes”: bruxaria e sexo com o Diabo. A escocesa fugiu à fogueira por se ter suicidado na prisão, e, seguindo as tradições da época, foi enterrada perto da água, entre a maré alta e baixa, como se fazia com os suicidas.
Os habitante da região tentaram na altura soterrar os restos mortais debaixo de um enorme rochedo, provavelmente para evitar que se erguesse da campa para os assombrar, mas no século XIX a curiosidade científica era maior que o medo de zombies, e um grupo de antiquários desenterrou os restos de Lilias Adie para os estudar e exibir.
How to resurrect a 300 year-old witch 💀 #HappyHalloween 🎃 from the University of Dundeehttps://t.co/dPSe4ld8JB pic.twitter.com/rSle6NXu66
— University of Dundee (@dundeeuni) October 31, 2017
Segundo Christopher Rynnl, investigador do Centro de Anatomia e Identificação Humana da universidade escocesa, esta é provavelmente a única reconstituição fidedigna do rosto de uma verdadeira “bruxa” escocesa, uma vez que, como mandavam as regras da altura, as bruxas eram queimadas na fogueira – arruinando qualquer hipótese de usar os seus crânios em trabalhos de reconstituição.
“Quando usamos este tipo de software de reconstituição 3D e nos aparece um rosto, sentimo-nos como se estivéssemos a conhecer uma pessoa pela primeira vez”, conta Rynnl. “O rosto de Adie é o de uma senhora dócil, com quem qualquer um de nós poderia ter uma conversa”.
“Acredito que não foi mais do que uma vítima das circunstâncias“, diz o cientista.
ZAP // The Telegraph