A pesca da sardinha deverá ser proibida em 2018 em Portugal e Espanha, face à redução acentuada do ‘stock’ na última década, refere o parecer do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES) divulgado esta sexta-feira.
“Deve haver zero capturas em 2018”, recomenda o ICES, entidade científica consultada pela Comissão Europeia para dar parecer sobre as possibilidades de pesca, com base nos seus estudos dos ‘stocks’.
Segundo aquele organismo, o ‘stock’ de sardinha tem vindo a decrescer de 106 mil toneladas em 2006 para 22 mil em 2016.
O Ministério do Mar já comentou o parecer científico. “O Governo está empenhado em manter a pesca de sardinha em níveis que permitam a recuperação do recurso”, indica a tutela em comunicado.
Para isso, “é necessário prosseguir e reforçar uma gestão sustentável e responsável”, acrescenta o Ministério do Mar, notando que “a sardinha é um recurso de interesse estratégico para a pesca nacional, cuja sustentabilidade ambiental, económica e social importa garantir, atento o impacto deste recurso nas comunidades piscatórias, na indústria conserveira e comércio de pescado, nas exportações do setor, na gastronomia e no turismo”.
Aos jornalistas, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, afirmou que o Governo vai propor que os limites de captura de sardinha para Portugal e Espanha para 2018 sejam entre 13,5 e 14 mil toneladas.
Em julho, o mesmo conselho já tinha sugerido que a Comissão Europeia recomendasse a suspensão total da sardinha por um período mínimo de 15 anos.
A Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca de Cerco (ANOPCERCO) já reagiu a este parecer científico, classificando a posição do ICES de “verdadeiro insulto a todos os pescadores portugueses” que, nos últimos anos, “realizaram grandes sacrifícios para assegurar a melhoria do estado do stock de sardinha”, cita o Expresso.
A associação diz ainda que a sardinha é um bem abundante e não escasso. A recomendação é insultuosa porque “está em total contradição com o orgulho e a satisfação que os mestres das embarcações da pesca de cerco” que lidam com uma realidade de “abundância de sardinha nas nossas águas, muito mais significativa do que a que observaram nos últimos anos”, cita ainda o semanário.
ZAP // Lusa
Se há abundância, tratem de inventar um processo sistemático de o demonstrar. Se alguém está a mentir por motivos ulteriores, que tratem de arranjar dados concretos para o comprovar. Assim, não dá para decidir nada a não ser que vai chatear alguns consumidores e ainda mais alguns profissionais.
Vamos lá a ver se os censores do ZAP me deixam passar este comentário…
para aumentar o preço a treta é que é escassa, agora já “é um bem abundante e não escasso” quando chegar a maio , junho escasseia novamente. é só mafia.