Pilar Abel, a espanhola que a 20 de julho obrigou a que o corpo do pintor surrealista Salvador Dalí fosse exumado, após alegações de que seria sua filha, foi condenada a pagar os custos judiciais do processo.
Segundo uma decisão revelada na passada segunda-feira, um juiz de Madrid confirmou que os testes de ADN “permitem excluir Salvador Dalí como pai biológico de María Pilar Abel Martínez”, uma vidente de 61 anos que afirmava ter nascido de uma breve relação do pintor com a sua mãe.
O magistrado condenou a mulher a pagar os custos do processo, sem especificar o valor – que pode ser muito elevado, em virtude da dificuldade da exumação.
Em junho, uma juíza de Madrid ordenou a exumação do cadáver do artista – que faleceu em 1989 – para recolher amostras do seu corpo a fim de realizar um teste de paternidade. Segundo o auto que a juíza encarregada do caso apresentou, era “necessário realizar um teste da paternidade de Maria Pilar Abel Martínez, em relação a Salvador Dalí”.
O corpo de Dalí foi exumado a 20 de julho, algo que gerou grande polémica por ter sido considerada uma operação improcedente e um ato de violência pelos representantes da Fundação Gala-Salvador Dalí, que alegaram que a resolução judicial não tinha qualquer fundamento.
Pilar, nascida a 1 de fevereiro de 1956, luta para ser reconhecida como filha do artista desde 2007. Segundo a mulher, a mãe manteve uma relação de amizade com Dalí, que acabou por se transformar num amor “clandestino”, do qual resultou o seu nascimento.
“Só me falta o bigode”, disse na altura Pilar ao diário espanhol El Mundo, convicta de que o teste de paternidade confirmaria a sua crença. No entanto, o teste de ADN revelou que a espanhola Pilar Abel não é mesmo filha de Salvador Dalí.