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Afinal, os habitantes da Ilha de Páscoa não têm ADN sul-americano

Ao contrário do que muitos especialistas defendem, um novo estudo revela que os Rapa Nui não conviveram com o povo americano antes da chegada dos europeus. 

No mapa, a Ilha de Páscoa é um ponto remoto situado a mais de 3.200km de distância da costa oeste do Chile. Desde sempre que esta região fascina os arqueólogos, não só pelas centenas de estátuas Moai, como são conhecidas, mas também porque pode guardar pistas sobre as épicas viagens marítimas no Pacífico e as subsequentes misturas culturais antes da chegada dos europeus.

Segundo o Live Science, muitos especialistas acreditam que a ilha, também chamada de Rapa Nui, foi inicialmente habitada pelos polinésios, que chegaram em 1200 d.C. Mas também há sinais de que os nativos interagiram com pessoas da América do Sul antes dos europeus lá aparecerem em 1722.

Agora, um novo estudo, publicado na revista científica Current Biology, conclui que este povo nunca conviveu com outros grupos antes da chegada dos europeus. A equipa de cientistas analisou cinco esqueletos da cultura Rapa Nui e não encontrou nenhum traço genético da ascendência nativa americana.

“Estamos realmente surpreendidos por não termos encontrado nada”, afirmou o líder da investigação, Lars Fehren-Schmitz, professor de antropologia da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, nos EUA, num comunicado.

“Existem imensos sinais que parecem plausíveis, portanto estávamos mesmo convencidos de que íamos encontrar evidências diretas de contacto pré-europeu com a América do Sul”.

Fehren-Schmitz e o resto da equipa analisaram amostras de esqueletos encontrados em 1980. Alguns ossos datavam de 1445, enquanto outros foram enterrados por volta de 1925, ou seja, bem depois do contacto com os europeus. Em todos os casos, não foram descobertos traços de ADN de nativos americanos.

Erik Thorsby, da Universidade de Oslo, na Noruega, que não está envolvido neste novo estudo, anteriormente encontrou marcadores genéticos típicos dos nativos americanos em esqueletos dos Rapa Nui.

O investigador sugere que os nativos americanos poderiam ter chegado à Ilha de Páscoa entre 1280 e 1495 d.C, talvez graças a uma “boleia” com os polinésios, que estariam a regressar ao local depois de visitarem a costa da América do Sul.

Thorsby considera os resultados deste novo estudo interessantes, mas acrescenta que é preciso ter “muito cuidado ao tirar conclusões gerais, um vez que só foi analisado ADN de cinco indivíduos”, disse ao Live Science.

O investigador diz que é possível que apenas poucos nativos americanos alcançaram Rapa Nui e, por isso, os seus genes “podem ter sido facilmente perdidos quando este ADN foi investigado”.

ZAP //

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