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Aplicação que incentiva poligamia gera polémica na Indonésia

Uma aplicação para telemóvel que incentiva a poligamia está a causar controvérsia na Indonésia, mas o seu criador afirma que quer apenas ajudar mulheres solteiras entre os 40 e 60 anos a encontrar marido.

Uma aplicação para telemóvel que incentiva a poligamia está a causar controvérsia na Indonésia, mas o seu criador afirma que quer “simplesmente ajudar” mulheres entre os 40 e 60 anos.

Ayo Poligami (Venha a Poligamia) é uma aplicação gratuita para smartphones que ajuda homens a encontrar mulheres que desejam pertencer a “grandes famílias”.

A aplicação, voltada para homens solteiros e casados, viúvos e viúvas, já atraiu mais de 56 mil utilizadores desde o seu lançamento em Abril, disse à agência de notícias francesa AFP Lindu Cipta Pranayama, o criador e designer da aplicação.

Esta plataforma foi fechada recentemente devido a um grande número de contas falsas, mas uma nova versão será relançada na quinta-feira, com critérios mais rigorosos para os utilizadores, acrescentou Pranayama.

“Por causa da controvérsia, inicialmente pensei em remover permanentemente a aplicação, mas quando percebi que muitas mulheres com quarenta ou cinquenta anos ainda estavam solteiras, decidi mantê-la“, explicou o designer de 35 anos.

Uma lei de 1974 na Indonésia estabelece o casamento como a união entre um homem e uma mulher, mas a poligamia é tolerada sob certas circunstâncias, sendo que um homem pode ter até quatro esposas.

Um homem deve fazer o pedido a um tribunal islâmico e respeitar várias condições, incluindo a apresentação de um acordo escrito em que a sua mulher aceita o casamento do marido com outra pessoa.

Ainda assim, a poligamia é em geral mal vista e, os ativistas dos direitos das mulheres consideram haver uma forte ligação entre a poligamia e a violência doméstica.

“Quando o marido pratica a poligamia, as mulheres são vítimas de violência psicológica”, disse Adriana Venny Aryani, membro da Comissão Nacional contra a Violência sobre a Mulher. “A poligamia promovida pela aplicação viola a Constituição indonésia“.

// Lusa

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