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Ex-agente do FBI quer descobrir quem denunciou a família de Anne Frank

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Um ex-agente do FBI, com uma equipa de 19 técnicos forenses, está a tentar descobrir quem denunciou a família de Anne Frank, que estava escondida num esconderijo em Amesterdão e acabou por morrer nos campos de concentração.

Segundo o The Guardian, o antigo agente do FBI, Vince Pankoke, está disposto a trabalhar para perceber quem traiu a família de Anne Frank que, em 1944, foi descoberta pela Gestapo num esconderijo em Amesterdão, na Holanda.

O ex-agente do FBI foi recrutado através do projeto de crowdfunding iniciado pelo realizador Thijs Bayens e pelo jornalista Pieter Van Twisk.

Com a ajuda de 19 técnicos forenses, Pankoke vai tirar proveito das tecnologias de análise de dados desenvolvidas na última década para tentar descobrir novas pistas. O grupo está a trabalhar com a Xomnia, uma empresa sediada em Amesterdão especializada em processamento e análise de grandes quantidades de dados.

A Casa de Anne Frank, transformada num museu, já disponibilizou os arquivos à equipa e recebeu de bom grado esta iniciativa, que está a ser filmada e relatada online.

Além disso, os especialistas também já supervisionaram uma reconstituição, com recurso a atores, do momento da detenção da família. Um dos fundadores da unidade de análise comportamental do FBI, Roger Depue, está a analisar entrevistas e testemunhos.

Em dezembro, a Casa de Anne Frank publicou o seu próprio estudo, sugerindo que a família Frank pode ter sido descoberta por acaso, ao invés de terem sido traídos, embora os investigadores considerem que não há provas conclusivas.

No entanto, Pankoke garante que, no trabalho preparatório que fez, ao analisar documentos que eram confidenciais, enviados para os EUA depois da II Guerra Mundial, encontrou novas linhas de investigação.

smiteme / Flickr

O Diário de Anne Frank

Os serviços de segurança alemães, conhecidos por Sicherheitsdienst, mantinham registos meticulosos das detenções, mas até agora acreditava-se que todos os documentos relativos aos Frank tinham sido destruídos num bombardeamento britânico em 1944.

“Mas eu passei muito tempo nos arquivos nacionais dos EUA e encontrei documentos de Amesterdão que me diziam que não existiam”, contou o ex-agente do FBI, de 59 anos.

“Alguns estão danificados pela água ou pelo fogo e estão escritos em alemão técnico militar, por isso vai demorar algum tempo. Mas encontrámos listas de nomes de judeus detidos depois de terem sido traídos, listas de informadores e nomes dos agentes da Gestapo que viviam em Amesterdão”.

Pankoke, que investigou nos últimos anos cartéis de droga colombianos, diz que não quer apontar o dedo ou julgar ninguém. “Estou apenas a tentar resolver o último caso da minha carreira. Não existe um estatuto de limitação sobre a verdade”, afirma.

O projeto espera revelar as suas conclusões a 4 de agosto de 2019, no 75.º aniversário da detenção da família Frank. Mas, até lá, há muito trabalho pela frente: “São pelo menos 20 a 25 quilómetros de ficheiros neste momento e acabámos de começar”, explica Bayens.

Quando o pai de Anne Frank, Otto, regressou de Auschwitz, depois de ter sido libertado pelos russos em 1945, descobriu que toda a sua família, incluindo as outras pessoas que estavam escondidas no mesmo esconderijo, tinham morrido nos campos de concentração.

Imediatamente depois da guerra, Otto revelou que suspeitava de um dos trabalhadores do armazém, Wilhelm van Maaren, mas duas investigações da polícia holandesa, em 1948 e 1963, não encontraram provas fortes. Mais tarde, as autoridades chegaram a ser criticadas por se focarem num único suspeito.

Desde que o diário de Anne Frank foi publicado, em 1947, já foi traduzido em 67 línguas e tornou-se um dos maiores testemunhos daquele que é um dos períodos mais conturbados da História.

ZAP //

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5 Comments

    • Anne Frank existiu e não ponho em causa que tenha tido uma vida (muito) difícil.
      Infelizmente o pai dela adulterou muito a história dela para a tornar mais dramática e apelativa do ponto de vista comercial, acabando por ganhar muito dinheiro (não foi só ele que ganhou, toda uma comunidade que se aproveitou do sofrimento de muitas pessoas que viveram nessa época).
      Isto é que é triste e lamentável…
      Por isso a história do WW2 está toda torcida!

      • Para quem leu o diario…

        não é dramatismo, é o relato na primeira pessoa (neste caso uma adolescente) da vida dos judeus que “tiveram” a sorte de permanecer camuflados durante a ocupação nazi.
        não é drama é historia.
        factos apenas.

        leiam o diario.
        eu li-o aos 13 anos e achei bastante simples e claro
        FACTOS apenas

    • A “história” de Anne Frank não é ficção nem é “história”! É o diário (mesmo) de Anne Frank com os relatos vividos por ela (segundo se diz)! Leia o texto e investigue um pouco (internet?) e descobrirá que nada há de “ficção”.

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