O objetivo era salvar a democracia. Para isso criaram Nigel. Por agora, o robô ainda não sabe ler nem escrever, mas em breve poderá ajudar-nos a votar.
Mounir Shita tem 31 anos e é fundador da Kimera Systems. foi lá que criou Nigel, um software capaz de se autoprogramar à medida que vai assimilando os dados já retidos. “O objetivo é que Nigel averigue quem és, qual a tua ideologia e que a adote também. Queremos que as pessoas confiem nele e que as sirva no dia a dia”, explicou à BBC.
Até ao momento, Nigel ainda não sabe ler nem escrever, tarefas que estão prometidas para o próximo ano, mas já consegue realizar algumas tarefas simples como passar para o modo silêncio o telemóvel do utilizador quando este entra no cinema.
No futuro próximo, prevê-se, o pequeno robô deverá ser capaz de nos ajudar com tarefas bem mais complexas do que essa, como na hora de ir às urnas.
Lembrando ser mais difícil enganar a Inteligência Artificial, Mounir Shita acredita que Nigel será capaz de verificar a veracidade das medidas políticas propostas por um partido. “Com ele vai ser fácil destrinçar as informações verdadeiras das falsas, evitando-se, assim, a manipulação política”.
O seu criador não verga perante o ceticismo com que o meio científico e tecnológico o recebeu. Desde pequeno que Mounir Shita vive a pensar no futuro.
Ainda na Noruega, onde cresceu, gastava os dias a desmontar objetos e a inventar novos. “O meu quarto parecia saído do Caminho Das Estrelas. Se a máquina do tempo tivesse sido inventada, eu já teria ido viver no futuro há muito”, contou.
Em 2012, depois de se licenciar em engenharia elétrica e em engenharia informática, Shita mudou-se para os Estados Unidos, onde conheceu Nigel Deighton. Ambos apostaram que era possível estabelecer uma relação mais “humana” com os computadores. Para isso, os dois partiram de uma premissa: os computadores teriam de perceber o “porquê” e não apenas “o quê”.
Nigel Deighton morreria em 2013, deixando ao seu amigo e sócio um projeto em andamento, um nome – o software chama-se Nigel em sua homenagem – e a obrigação de pôr a Inteligência Artificial ao serviço da sociedade.
Mounir Shita não podia estar mais confiante no futuro: “A Inteligência Artificial pode salvar a democracia.”