Cientistas norte-americanos anunciaram esta quarta-feira ter conseguido, pela primeira vez, obter mais energia de uma reação de fusão do que a absorvida pelo combustível usado para a provocar.
A experiência, desenvolvida pela National Ignition Facility (NIF), no Estado da Califórnia, foi divulgada pela revista científica britânica Nature.
Durante várias décadas de trabalho, os cientistas têm enfrentado um enorme obstáculo: a quantidade produzida de energia era sempre ultrapassada pelas grandes quantidades de energia necessárias para desencadear o próprio processo.
A equipa de cientistas do NIF fixou 192 feixes de laser na direção de um ponto mais estreito do que a largura de um cabelo humano para gerar energia suficiente para comprimir uma minúscula cápsula de combustível num tamanho 35 vezes menor que o original.
Com uma duração de menos de um bilionésimo de segundo, a reação provocada pelos cientistas norte-americanos libertou energia equivalente à energia armazenada em duas baterias AA (cerca de 17.000 joules — unidade de medida de trabalho, de energia e de quantidade de calor) na sua última experiência, realizada em novembro do ano passado.
De acordo com os especialistas, a libertação de energia, apesar de “modesta”, foi maior do que a energia absorvida pelo combustível, estimada entre 9.000 e 12.000 joules.
“Isto é o mais próximo do que qualquer um chegou” na produção de energia viável através de processo de fusão, salientou o chefe da equipa do NIF, Omar Hurricane.
/Lusa