Fretilin vence eleições em Timor Leste por 1000 votos

Nuno Veiga / EPA

O secretário geral da Fretilin, Mari Alkatiri, abraça a filha, Nurima, após a divulgação dos resultados eleitorais

O secretário-geral da Fretilin – Frente Revolucionária de Timor Leste Independente, Mari Alkatiri, celebrou hoje a vitória do seu partido nas eleições legislativas e ofereceu diálogo aos restantes partidos.

A Fretilin venceu as legislativas timorenses de sábado com uma vantagem de cerca de 1000 votos em relação ao CNRT, segundo a contagem final dos boletins divulgada pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral, STAE).

O partido de Mari Alkatiri conseguiu mais um deputado do que o CNRT, do antigo presidente Xanana Gusmão. Segundo a RR, a Fretilin liderou a contagem desde o arranque mas, durante a tarde de domingo, responsáveis do CNRT chegaram a reivindicar a vitória, com base nos números da sua própria contagem.

Alkatiri, num ato na sede do seu partido, em Díli, disse que o povo timorense lhe tinha entregado uma grande responsabilidade e prometeu manter a aliança que forjou em 2015 com o CNRT e que ofereceu estabilidade à nação.

“Vamos continuar a trabalhar com Xanana Gusmão“, disse Alkatiri, que foi primeiro-ministro do jovem país entre 2002 e 2005. Gusmão lidera o CNRT, partido que fundou em 2007, e é uma das principais figuras políticas de Timor Leste pela fama de herói que ganhou como chefe da resistência armada contra a ocupação da Indonésia (1975-1999).

O CNRT aparece na apuração em segundo lugar com quase 28% das preferências, o que concederia à Fretilin o apoio suficiente para contar com a maioria absoluta no próximo parlamento, com 65 cadeiras.

A lista de partidos que terão representação parlamentar continua com o Partido Democrata (PD), com 10%; o Partido de Liberdade Popular (PLP), com 9,8%; e o Khunto, com 6,9%.

Cerca de 760.000 timorenses, de uma população de 1,2 milhão de pessoas, estavam convocados a votar nestas eleições, 20% deles pela primeira vez. A legislação de Timor Leste estabelece que um terço das cadeiras parlamentares deve ser ocupado por mulheres.