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O princípio do fim para o bebé Charlie que sofre de doença rara

Charlie Gard sofre de uma doença rara e sem cura. Os pais perderam a batalha contra o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos para conseguirem levar o seu filho para um tratamento experimental nos EUA. Estava previsto que as máquinas que o mantêm vivo fossem desligadas esta sexta-feira mas os pais conseguiram mais uns dias para se despedirem do filho.

Connie Yates e Chris Gard têm sido notícia por todo o mundo, pela luta incansável que têm travado pela vida do filho. Esta sexta-feira seria o dia que marca o fim da luta, que os pais perderam.

O bebé de 10 meses está internado num hospital, em Londres, e depois de terem tentado levar o filho aos Estados Unidos para um tratamento experimental, os pais viram o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos recusar-lhes o pedido e ordenar que se desligassem as máquinas que o mantêm vivo, dando-lhe apenas cuidados paliativos.

O casal angariou mais de 1,4 milhões de libras – cerca de 1,5 milhões de euros – através de donativos que viriam a financiar a viagem.

Consumado o desfecho do processo, os pais decidiram usar o dinheiro para criar uma associação com o nome de Charlie que ajude crianças que sofram da mesma condição rara – Síndrome de Depleção Mitocondrial, uma doença rara que provoca danos cerebrais irreversíveis.

O hospital alega que quer desligar as máquinas para que a criança tenha uma morte com dignidade, uma vez que acreditam que nada mais pode ser feito pela criança. Segundo o Daily Mail, os pais queriam ainda levar a criança para casa depois de desligadas as máquinas, o que não foi permitido pelos médicos.

No Facebook, o casal partilhou um texto no qual se lia que tinham prometido “ao pequeno rapaz que o levariam para casa”. “Queríamos dar-lhe um banho, em casa, colocá-lo no berço onde ele nunca dormiu e vimos isso ser negado. Sabemos em que dia o nosso filho vai morrer e não temos uma palavra a dizer sobre o assunto”.

Os pais confessam estar “de coração partido” e a passar “as últimas preciosas horas” com o filho. “Não nos permitem escolher se o nosso filho vive, nem escolher quando e onde vai morrer”, lamentam os pais do pequeno Charlie.

Atualização (01/07, 13:20):
Entretanto, o Daily Mail avançou que os médicos responsáveis pelo caso acederam ao pedido dos pais e deram mais alguns dias para que estes se pudessem despedir do seu bebé. “Conversámos hoje com o Great Ormond Street e concordaram em dar-nos um pouco mais de tempo com o Charlie”, afirmou a progenitora ao jornal britânico.

“Estamos gratos por todo o apoio que temos recebido do público nesta altura difícil. Estamos a criar memórias que guardaremos para sempre no nosso coração. Por favor respeitem a nossa privacidade enquanto preparamos o último adeus ao nosso filho”.

ZAP //

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