Espera-se um milhão de pessoas no Santuário de Fátima para ver o Papa Francisco, no Centenário das Aparições, vindas desde Monção, no norte de Portugal, até recantos tão distantes como a Tanzânia.
O Papa Francisco inicia, nesta sexta-feira, uma visita de dois dias ao Santuário de Fátima, no âmbito do Centenário das Aparições, e durante a qual canonizará os pastorinhos Jacinta e Francisco Marto.
O avião que transporta Francisco de Roma deve aterrar na Base Aérea de Monte Real às 16:20, onde terá a aguardá-lo o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, além do Núncio Apostólico, Rino Passigato, do presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, Manuel Clemente, e do bispo de Leiria-Fátima, António Marto.
Depois de visitar a capela da Base Aérea e de um encontro com o Presidente da República, o Papa desloca-se de helicóptero para Fátima, onde fará o percurso de “papamóvel” entre o estádio de futebol e o Santuário.
Uma vasta operação de segurança está montada em torno desta visita, com milhares de operacionais envolvidos nas várias vertentes. Em Fátima, as questões relacionadas com a segurança são visíveis, desde logo nas restrições à circulação automóvel, bem como à colocação de barreiras de betão em diversos locais da cidade.
Nem chuva afasta peregrinos
Apesar da chuva que tem caído com intensidade em Fátima, o presidente da Câmara de Ourém, Paulo Fonseca, disse manter a perspectiva de que um milhão de pessoas visitem o Santuário, nos dois dias da visita do Papa Francisco.
E se há pessoas que vêm de todo o país, também há quem venha de propósito de países tão distantes como a Tanzânia, como é o caso de um grupo de peregrinos entrevistados pela Rádio Renascença e que fizeram uma viagem de 13 horas de avião, paga a 3.000 dólares, para pedirem a Fátima pela “paz no mundo”.
A Renascença nota que, entre 2010 e 2016, o Santuário recebeu 969 mil peregrinos de 131 países diferentes, conforme dados do Serviço de Peregrinos do Santuário.
Em termos de nacionalidades estrangeiras, a maioria dos peregrinos vem de Espanha (231 mil) e de Itália (138 mil), seguindo-se a Polónia (83 mil). EUA (55 mil), Brasil (52 mil) e Ucrânia (41 mil) surgem logo de seguida, e depois aparecem países como Coreia do Sul (20 mil), Alemanha (20 mil), Irlanda (17 mil), França (16 mil), Filipinas (14 mil), Reino Unido (12 mil), Índia (11 mil) e Indonésia (10 mil).
Um “mapa-mundo” que ilustra a globalidade de Fátima que recebe, todos os anos, peregrinos desde Monção, no norte de Portugal, até um lugar tão distante como a Indonésia, “o país com mais muçulmanos do mundo”, conforme sublinha a Renascença, frisando que “encabeça a lista dos países com a maior taxa de crescimento no que toca ao número de peregrinos em Fátima”.
Um dia “muito importante” de “grande alegria”
Para Marcelo Rebelo de Sousa, este é um dia “muito importante” para Portugal e de “grande alegria”.
Em declarações aos jornalistas, o chefe de Estado defendeu que “Portugal é um país muito seguro” e que “não há problema nenhum de segurança”, relacionado com esta visita do líder da Igreja Católica. Por isso, disse não ter “nenhum medo”.
Sobre o encontro que terá com o Papa Francisco, Marcelo não quis antecipar esse diálogo, “até porque há uma dose de inesperado e de improviso nessas conversas”. “Não estou nervoso. Já fui recebido pelo Papa. É uma pessoa pacifica e acalma, referiu.
O Presidente da República já dormiu em Fátima esta noite e hoje de manhã visitou a Casa de Retiro de Nossa Senhora das Dores, antes de seguir para a Base Aérea de Monte Real, em Leiria, para receber o Papa, perto das 16 horas.
Francisco é o quarto papa a visitar Portugal, depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000) e Bento XVI (2010).
ZAP // Lusa