O diretor-geral da Saúde esclareceu este domingo que uma irmã da jovem que morreu na quarta-feira com sarampo foi internada como medida de precaução e afirmou que “não há motivos para se temer uma situação de epidemia descontrolada”.
Francisco George falava à agência Lusa depois de visitar a jovem no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, onde na quarta-feira morreu a irmã de 17 anos, Inês Sampaio, vítima de uma pneumonia bilateral provocada pelo vírus do sarampo.
“A situação de atividade epidemiológica do sarampo não tem alterações significativas”, disse o diretor-geral da Saúde, referindo que o estado clínico da jovem agora internada no Hospital Dona Estefânia “não inspira cuidados”.
A rapariga, irmã a jovem de 17 anos que faleceu, “só está internada como medida de precaução especial“, adiantou, referindo que a paciente está a ser submetida a exames.
De acordo com fonte do Hospital Dona Estefânia, só na segunda-feira é que serão conhecidos os resultados dos exames que irão determinar se a jovem está infetada com o vírus do sarampo.
Segundo apurou a TSF, a jovem que foi internada este domingo tinha tomado imunoglobulina, um medicamento preventivo, para evitar ser contagiada pela irmã, também usado na prevenção da Hepatite A. No entanto, acabou por ser infetada.
De acordo com o Expresso, a jovem, de 13 anos, não está vacinada, tendo contraído a infecção no contacto com a irmã. A irmã mais nova, de 5 anos, também não se encontra vacinada. Esta informação é contrariada pelo testemunho de um familiar, que afirma que as duas meninas estão vacinadas e que “a mãe não é anti-vacinas“.
Segundo Francisco George, mantêm-se os 21 casos de sarampo diagnosticados em Portugal, encontrando-se 15 ainda em investigação. Na segunda-feira deverá ser emitido um novo boletim epidémico sobre a doença, disse.
18 países europeus com transmissão endémica
Dezoito países europeus foram incluídos numa lista de regiões com transmissão endémica de sarampo, divulgou a Direção-Geral de Saúde (DGS), com base em informações transmitidas pelo Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças.
Na informação anterior, divulgada no passado domingo, o registo era de 14 países com surto da doença, com a Roménia a liderar, ao indicar mais quatro mil doentes em seis meses, desde meados do ano passado.
Continuando a ter a Roménia como líder, a lista mais recente inclui ainda Alemanha, França, Itália, Áustria, Bélgica, Polónia, Roménia, Suíça, Rússia, Turquia, Ucrânia, Irlanda, Bósnia e Herzegovina, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão, Sérvia e Macedónia.
Na lista divulgada hoje, a Roménia continua a protagonizar o maior surto na Europa, com 4.793 casos confirmados e 21 mortes, sendo a faixa dos 0-14 anos a mais atingida (82,1%). Dos casos registados entre janeiro de 2016 e abril de 2017 reportavam a 96% pessoas não vacinadas.
Em Portugal, até quarta-feira, foram notificados “46 casos de sarampo, dos quais 21 confirmados e 15 em investigação”, tendo em dez casos sido excluído o diagnóstico de sarampo.
Houve mais casos de sarampo em Portugal nos primeiros 4 meses do ano do que na última década. O sarampo é uma das infeções virais mais contagiosas, sendo habitualmente benigna, mas pode ser grave e até levar à morte.
A vacinação é a principal medida de prevenção contra o sarampo. A vacina é gratuita e está incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV). As crianças devem ser vacinadas aos 12 meses e repetir a vacina aos cinco anos.
ZAP // Lusa
Espera, não me digam… Também é alérgica a vacinas…
Se vacinas sao obrigatorias, como podem passar estes casos? Nao se pode inscrever crianças nao vacinadas nas esolas. Ou podem?
As vacinas não são nem nunca foram obrigatórias
As vacinas são apenas fortemente *recomendadas*, infelizmente não são obrigatórias por lei