Os autodenominados “mediadores” do desarmamento da ETA indicaram hoje em Bayonne (França) que entregaram as “coordenadas de oito lugares” onde se encontram 120 armas de fogo, três toneladas de explosivos e vários milhares de munições e detonadores.
Os “mediadores” deram essas localizações ao Comité Internacional de Verificação (CIV), segundo informaram Mixel Behorcoirigoin e Michel Tubiana numa conferência de imprensa citada pela agência EFE.
Tubiana indicou que “não se limitaram a levar a cabo esse procedimento”, mas também enviaram 172 “observadores” aos lugares onde estão os depósitos da ETA para “comprovar que são as autoridades francesas que irão tomar posse” dos arsenais.
O ministro francês da Administração Interna, Matthias Fekl, considerou hoje, em declarações à imprensa em Paris, que a entrega “unilateral” da localização de oito depósitos de armas por parte da ETA é “um grande passo”.
O responsável governamental francês revelou que elementos das forças de segurança francesas, seguindo a orientação da Justiça, trabalham desde as 09:00 (08:00 de Lisboa) nessas oito localizações na região dos Pirenéus Atlânticos.
A ETA anunciou em 17 de março último que iria proceder ao seu desarmamento “total e sem condições”.
O executivo de Madrid declarou na sexta-feira que “não espera nada” da cerimónia para assinalar o desarmamento da ETA, assegurando que a organização separatista basca “não terá nenhum benefício político”.
A organização, criada em 1959 durante a época da ditadura franquista, renunciou à luta armada em 2011, depois de mais de 40 anos de actos de violência e 486 mortos (dos quais 343 civis) em nome da independência do País Basco e de Navarra.
A ETA, organização considerada “terrorista” pela União Europeia, recusava até agora o seu desarmamento e a sua dissolução, pedidas por Madrid e Paris, exigindo o início de negociações para libertar os seus cerca de 360 membros presos, dos quais 75 em França.
// Lusa