A Direção-Geral de Saúde clarificou esta quinta-feira que, no total, foram identificados dez casos de pessoas infetadas com legionella na Maia, sendo que apenas quatro estão já comprovadamente relacionados com a bactéria encontrada na torre de arrefecimento da empresa Sakthi.
Contactada pela Lusa, a Direção-Geral de Saúde (DGS) indicou ainda que, dos dez casos de pessoas com doença dos legionários, seis estão ainda em estudo e são também da Maia, não tendo sido possível até ao momento averiguar se a origem da contaminação foi aquela empresa.
Dois novos casos de “legionella” foram notificados na quarta-feira, elevando então para quatro o número de pessoas comprovadamente infetadas na Sakhti, divulgou em comunicado a DGS, que admitiu a “possibilidade de exposição ocupacional, uma vez que ambos são trabalhadores da mesma unidade fabril”.
Segundo a DGS, os dois novos casos identificados quarta-feira estão internados (um no Centro Hospitalar de São João e outro no Centro Hospitalar do Porto – Hospital de Santo António).
A Lusa tentou ouvir os hospitais que se escusaram fazer qualquer esclarecimento sobre a situação atual dos doentes. A SIC Notícias avançou hoje de manhã, no entanto, que uma das pessoas internadas piorou e foi transferida para os cuidados intensivos.
A DGS lembra que as torres de arrefecimento da fábrica estão tratadas e sem contaminação, e diz que se mantém “o nível de alerta para a população em geral”.
Também quarta-feira, os trabalhadores da Sakthi, empresa de componentes automóveis, localizada na Maia, disseram estar “tranquilos, apesar de alguma preocupação natural”, como referiu à Lusa um representante do sindicado SITE-Norte após um plenário.
No mesmo dia, o Mistério do Ambiente revelou que análises realizadas numa inspeção extraordinária que decorreu na última segunda-feira revelaram a inexistência da bactéria ‘legionella pneumophila’ na empresa.
Em comunicado anterior, a DGS já tinha dito que a população residente no concelho da Maia não precisa de tomar cuidados adicionais.
O vice-presidente da Câmara da Maia afirmou também já que “a população do concelho pode estar muito mais tranquila”, porque o assunto relacionado com o surgimento de casos da “doença dos legionários” numa fábrica do concelho está “resolvido”.
A doença, provocada pela bactéria ‘legionella pneumophila’, contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.
// Lusa