A notícia surgiu, discreta e sem merecer parangonas, em novembro do ano passado, anunciando o adiamento do projeto Phaeton que, depois do “Dieselgate” já tinha conhecido um salto mortal à retaguarda, passando a modelo de topo, mas elétrico. Razões para isso? Várias.
Na altura em que a Volkswagen anunciou o adiamento do projecto Phaeton para outro momento, a razão apontada residia não só nas dificuldades geradas pelo “DieselGate”, mas também na necessidade de alinhar o investimento com produtos de sucesso, e de poupar mais de 100 milhões de euros.
100 milhões era precisamente o valor que o desenvolvimento e industrialização do Phaeton (produto de Ferdinand Piech que só deu prejuízo), o novo centro de estilo da VW em Wolfsburg e a zona de pintura na fábrica do México, perfazia.
A suspensão desses projectos em favor da pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias de condução e mobilidade permitia, então, justificar o adiamento do Phaeton.
Porém, a história não acabava aqui. Passados quase cinco meses desde a tomada de decisão, Herbert Diess, o patrão da marca Volkswagen, confessou que o Phaeton foi adiado e, agora, cancelado devido ao Tesla Model S.
Mas o que é que o Tesla tem a ver com o VW Phaeton?!
“Estávamos já bem avançados no programa de desenvolvimento do Phaeton quando nos demos conta que não seria aquele passo em frente que necessitávamos. Comparado com o Model S da Tesla, não tínhamos a certeza que fosse competitivo com o modelo americano, um carro que domina em alguns mercados”, explicou Diess.
“Portanto, se voltarmos a pensar no segmento com o Phaeton ou outro modelo, temos de olhar a Tesla com atenção e muito seriamente e, naturalmente, é isso que estamos neste momento a fazer por via da nossa estratégia elétrica”, concluiu o CEO da VW.
Basicamente, o Volkswagen Phaeton não renasceu porque a VW teve receio de não conseguir igualar o Model S da Tesla.
Mitigado que está o efeito do “Dieselgate”, o departamento de pesquisa e desenvolvimento está agora de regresso a uma ideia semelhante à do Phaeton, mas com capacidade de fazer frente à marca americana.
Na melhor das hipóteses, contudo, podemos esperar um lançamento lá para 2020.
// Auto Monitor
