A Lua exerce uma enorme influência sobre vários processos no nosso planeta, e desde sempre que a pergunta “o que aconteceria se ela desaparecesse?” captou a atenção de cientistas, astrónomos e simples amadores. O astrofísico Ethan Siegel deu agora a resposta.
A Lua é um dos maiores satélites naturais conhecidos em relação ao seu planeta, e desde o início dos tempos que a sua mera presença nos céus tem sido ligada a todo o tipo de fenómenos na Terra – de carácter geofísico, astronómico, biológico ou psicológico, com maior ou menor fundamento científico.
Desde a insanidade – ou à sua versão mais simpática, muito apropriadamente chamada de lunatismo, passando pelo comportamento de alguns animais (que têm o hábito peculiar de uivar para a Lua), até aos ciclos das colheitas e mesmo o ciclo menstrual da mulher, a Lua tem sido apontada como responsável pelos mais variados efeitos.
A sua destruição iria causar inevitavelmente um cataclismo global, e mudar o nosso mundo de uma forma radical, diz o astrofísico norte-americano Ethan Siegel no seu blog Stars with a Bang na revista Forbes.
Mas segundo explica o astrofísico, a vida na Terra seria dramaticamente alterada por pelo menos sete razões completamente diferentes.
Destroços da Lua cairiam na Terra
De acordo com Siegel, caso uma explosão apocalíptica destruísse a Lua, várias pequenas “luas” formar-se-iam em volta da Terra. Passado algum tempo, alguns desses restos da Lua colidiriam com o nosso planeta.
Mas o poder do impacto destas mini-luas seria muito menor do que o dos asteróides ou cometas, destaca o astrofísico. “Sim, teriam um grande potencial destrutivo, mas teriam apenas 1% da potência de um asteróide desse tamanho…”
“A humanidade poderia sobreviver a isso”, diz Siegel.
O céu nocturno seria muito mais brilhante
O brilho da Lua é o segundo mais forte para quem está na Terra, superado apenas pelo próprio Sol. Enquanto o Sol é 400.000 vezes mais brilhante do que a Lua cheia, esta é por sua vez 14.000 vezes mais brilhante que o próximo objecto mais brilhante no céu: Vénus.
Assim, sem a Lua, mesmo as estrelas distantes seriam muito mais visíveis de noite.
Não haveria eclipses
Qualquer eclipse requer um sistema de três elementos: uma estrela e dois corpos celestes. Sem a Lua, o terceiro componente não existiria.
Há dois tipos de eclipses. No eclipse lunar, a Terra fica entre o Sol e a Lua, e projecta sombra sobre o satélite, fazendo-o desaparecer – total ou parcialmente. No eclipse solar, a Lua fica entre a Terra e o Sol, criando sombra sobre o planeta e fazendo desaparecer a estrela – total ou parcialmente, também.
Bem, naturalmente, sem a Lua, adeus eclipses.
Duração do dia seria constante
A gravidade da Lua exerce uma fraca influência na dinâmica da Terra, diminuindo a sua rotação. Todos os anos a Lua desacelera a rotação da Terra, recebendo um pouco mais de energia do nosso planeta e afastando-se gradualmente dele.
Por esse motivo, o dia “perde” cerca de 1.8 milésimos de segundo por século, mas este efeito acumula-se ao longo de milhões de anos.
O nosso dia de 24 horas era apenas de 22 horas durante a época dos dinossauros, e era menos de 10 horas há alguns milhares de milhões de anos atrás, diz Siegel. Recentemente, um cientista calculou mesmo quando é que os dias na Terra vão ter 25 horas.
Mas sem a desaceleração causada pela Lua, este fenómeno deixaria de acontecer.
As marés seriam insignificantes
Um dos mais visíveis efeitos da presença da Lua é a grande influência que a sua atracção gravitacional tem nas marés – muito maior do que a da gravidade do Sol. Com o desaparecimento da Lua, as marés seriam sempre de mesmo tamanho, e não haveria ondas de tamanho decente.
A diminuição das marés seria o fim de pelo menos um desporto muito popular – o surf – e acabaria precocemente com o fenómeno turístico em que a Nazaré se transformou desde que em 2011 o australiano Garrett McNamara ali surfou a “maior onda do Mundo“.
Além disso, tornaria provavelmente obsoleto o ditado português que garante que há mais marés que marinheiros.
Inclinação axial seria instável
A obliquidade é o ângulo de inclinação da Terra em relação à eclíptica – a linha curva onde o Sol “passa” à volta da Terra no seu “movimento aparente” visto da Terra.
Embora este parâmetro tenha mais a ver com o Sol do que com a Lua, o satélite da Terra estabiliza o eixo da rotação terrestre e dá-nos as estações do ano a que estamos habituados.
Estima-se que, sem a Lua, a obliquidade poderia atingir o dobro do nível atual, 45 graus, contra os actuais 23 graus.
Se tal acontecesse, os pólos não seriam sempre frios e a área do Equador nem sempre seria quente. Além disso, de acordo com o astrofísico, os períodos glaciais repetir-se-iam de alguns milénios em alguns (poucos) milénios.
A exploração espacial da humanidade pararia
O desaparecimento da Lua resultaria na perda de uma plataforma ideal para o homem se expandir para o espaço. Qualquer outro destino “próximo”, como Marte ou Vénus, seria muito mais difícil de alcançar, sem a “ajudinha” de um impulso da gravidade lunar.
Além disso, as viagens à Lua são a melhor maneira de a humanidade “treinar” antes de colonizar o espaço, diz Siegel, que acrescenta que provavelmente a humanidade irá mesmo usá-la no futuro próximo para esse fim.
Excepto, claro, se desaparecer entretanto.
// Sputnik News
Muito bonito. Ele há cada um….mas afinal, a que propósito vem isto? Alguém adiantou a possibilidade de destruição da Lua? Seria lógico que o artigo começasse por aí, mas depois de o ler atentamente, nada se conclui. Realmente, cientistas e jornalistas “lunáticos” é o que mais há.
Vamos imaginar que a Coreia do Norte lança um míssil para cair no Mar do Japão mas o kim Jong-un (o Quim da tasca do fugitivo) falha os cálculos e o raio do dito míssil acerta na Lua? Vamos ter uma Lua Cheia fora de época, tá?
Caro jornalista, as marés têm zero influência directa no tamanho das ondas. As ondas que vemos na praia são formadas pelo vento, por vezes a milhares de quilómetros de distância. Não sei porquê mas este mito de que as marés são responsáveis pela formação das ondas que vemos na praia teima em persistir. É um mito ignorante e sem qualquer fundamento científico, e não vos fica bem continuar a partilhar este tipo de inverdades. Seria bom corrigirem a notícia. Obrigado e cumprimentos.