Um casal que esteve no hospital da Guarda, na mesma altura em que uma grávida perdeu o bebé, num caso que pode configurar negligência médica, relata a demora no atendimento à mulher e o desfecho “aterrador”, com a morte do feto.
Nikky Santos, 26 anos, e o marido Sérgio Ferreira, de 25, ambos residentes na Guarda, contam ao Jornal de Notícias que chegaram à urgência pediátrica do hospital da Guarda pelas 9h48 horas para uma consulta de internamento.
Nessa altura, a grávida Cláudia Costa, que perdeu o bebé às 37 semanas de gestação, já estava a fazer o registo dos batimentos cardíacos do feto.
“Passei na porta que dá acesso à sala e o coração da bebé batia“, conta Nikky Santos ao JN, estranhando ter sido atendida antes de Cláudia Costa.
“Por incrível que pareça, fui atendida primeiro quando havia ali uma urgência e eu apenas aguardava por uma simples consulta de internamento”, relata esta mulher que estava grávida de 41 semanas e queria induzir o parto.
A morte do bebé pode assim, ter ocorrido enquanto Cláudia Costa esperava nas urgências, depois de ter sentido “uma dor forte seguida de hemorragia”, aponta o JN. A ecografia posterior confirmou a morte do feto.
“Ouviram-se gritos e foi aterrador”, salienta ao jornal o casal que está disposto a testemunhar no inquérito do Ministério Público.
Os investigadores do caso têm enfrentado algumas dificuldades para apurar o que aconteceu, nomeadamente porque desapareceram os exames com os registos cardíacos do feto, que podem confirmar que ele estava vivo quando a grávida chegou ao hospital.
Está mais do que visto de que existem culpados pois até os exames desapareceram e certamente não teria sido por milagre, neste país ainda faltam muitas pessoas se mentalizarem de que estão num serviço e de que esse deverá ser cumprido com deveres e regras e não para sustentarem títulos de que na prática nada servem se não forem devidamente utilizados.