O fundo norte-americano Lone Star foi o escolhido pelo Banco de Portugal para a compra do Novo Banco. O supervisor anuncia, nesta segunda-feira, o arranque das “negociações exclusivas”.
“O Banco de Portugal decidiu seleccionar o potencial investidor Lone Star para uma fase definitiva de negociações, em condições de exclusividade, com vista à finalização dos termos em que poderá realizar-se a venda da participação do Fundo de Resolução no Novo Banco”, refere o órgão supervisor num breve comunicado.
Na corrida para a compra do Novo Banco estava ainda, o consórcio Apollo/Centerbridge, depois de o banco chinês China Minsheng ter falhado a apresentação das garantias que foram exigidas pelo Banco de Portugal (BdP).
Marques Mendes revela detalhes da negociação
Marques Mendes anunciou, no seu habitual espaço de comentário na SIC, alguns dados sobre as negociações entre o BdP e o Lone Star. Segundo o ex-líder do PSD, o fundo norte-americano ficará apenas com 65% do capital, mantendo-se 25% nas mãos do Fundo de Resolução ou do próprio Estado e 10% na posse de empresas portuguesas.
O Lone Star também se compromete a injectar no imediato 1000 milhões de euros no banco e fica impedido de vender a instituição durante os próximos três anos, avança Marques Mendes.
O certo é que o processo negocial vai ter que passar pelo crivo da União Europeia (UE), conforme atesta o Jornal de Negócios, realçando que a Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia terá que aprovar a possibilidade de o Fundo de Resolução ou “outra entidade pública” ficar com “uma posição accionista minoritária” no Novo Banco.
Isto acontece porque os compromissos assinados com a UE previam a venda de 100% do banco.
“Também o mecanismo de partilha dos riscos associados aos activos problemáticos do banco, reivindicado pela Lone Star, terá de passar no crivo de Bruxelas, já que poderá haver envolvimento do Estado”, acrescenta o Negócios.
ZAP // Lusa