A Coreia do Norte assegurou que pode realizar um teste míssil balístico intercontinental (ICBM) “a qualquer momento e em qualquer lugar”, e acusou os EUA de representarem “uma ameaça nuclear cada vez mais perversa”.
“O ICBM será lançado a qualquer momento e a partir de qualquer localização determinada sob a liderança do líder Kim Jong-un”, afirmou no domingo um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano, citado pela agência estatal de notícias KCNA.
A mesma fonte, que não é identificada, indicou que “o desenvolvimento do míssil balístico intercontinental” faz parte de uma resposta perante a “ameaça nuclear cada vez mais perversa” dos Estados Unidos.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, na sua mensagem de Ano Novo, confirmou que os mísseis experimentais de alcance intercontinental norte-coreanos estavam na “fase final” de desenvolvimento.
A última vez que a Coreia do Norte efetuou um teste de um projétil com estas características foi a 7 de fevereiro de 2016, o que, juntamente com um teste nuclear realizado um mês antes, fez com que a ONU impusesse severas sanções a Pyongyang.
Vários especialistas consideram muito provável que o regime de Kim realize novos testes de armamento no início do ano, para potenciar o desenvolvimento do seu programa de mísseis e armas nucleares.
Pequim opõe-se ao teste balístico da Coreia do Norte
O governo da República Popular da China disse, esta segunda-feira, estar “profundamente preocupado” depois da Coreia do Norte ter anunciado a capacidade para testar um míssil balístico intercontinental “a qualquer momento”.
“A situação atual na península coreana continua a ser complexa e sensível. Urgimos todas as partes a abster-se na escalada da tensão”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lu Kang, durante uma conferência de imprensa em Pequim.
O porta-voz recordou que o Conselho de Segurança das Nações Unidas tomou posição “de forma explícita” contra o desenvolvimento de mísseis balísticos por parte de Pyongyang, referindo-se às sanções adotadas em 2016 sobre o regime de Kim Jong-un.
“A China vai continuar a acompanhar de perto a situação e a contribuir para manter a paz e a estabilidade na região”, acrescentou.
A República Popular da China, principal apoiante da Coreia do Norte, distanciou-se de Pyongyang nos últimos tempos mas opõe-se igualmente à presença do escudo antimíssil THAAD, instalado pelos EUA, na Coreia do Sul.
ZAP // Lusa