A polícia israelita interrogou esta segunda-feira o primeiro-ministro por suspeitas de corrupção, na residência do governante em Jerusalém.
“Nenhum detalhe pode ser dado neste momento”, especificou-se no comunicado emitido pela polícia israelita, depois do interrogatório de três horas a Benjamin Netanyahu.
O primeiro-ministro e alguns familiares são suspeitos de receber “presentes ilegais” de empresários no valor de сentenas de milhares de shekels.
Uma investigação que abalou o país e que já levou ao interrogatório de várias testemunhas não só em Israel como também no estrangeiro.
Entre as pessoas interrogadas está Ronald Lauder, amigo próximo do primeiro-ministro, presidente do Congresso Judeu Mundial e membro da família da fundadora do grupo cosmético americano Estée Lauder.
De acordo com o jornal israelita Haaretz, Lauder confirmou à polícia ter dado diferentes presentes a Netanyahu e até ter pago uma viagem ao seu filho ao estrangeiro.
O primeiro-ministro já negou as notícias que têm saído nos jornais, afirmando que “não têm fundamento”.
Num encontro do seu partido, o Likud, esta segunda-feira, Netanyahu voltou a negar o seu envolvimento em quaisquer práticas incorretas.
“Temos vindo a prestar atenção às notícias nos media, temos ouvido o ambiente de celebração e a atmosfera nos estúdios de televisão e pelos corredores da oposição. Eu gostaria de lhes dizer ‘Parem com as celebrações’, não se precipitem”, afirmou, concluindo: “Não haverá nada, porque não há nada”.
O deputado do partido União Sionista (na oposição) Erel Margalit tem vindo a impulsionar uma campanha para que Netanyahu seja formalmente investigado sobre as alegadas transferências de dinheiro de doadores para uso pessoal do primeiro-ministro israelita.
Também pretende investigar a informação de que o advogado pessoal de Netanyahu representou uma empresa alemã envolvida na venda de submarinos a Israel no valor de 1,5 mil milhões de dólares.
Recorde-se que o ex-primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, está a cumprir, desde fevereiro, uma pena de 19 meses de prisão também por ter aceitado subornos.