Quase metade dos alunos que terminam, todos os anos, a formação na Escola Profissional de Agricultura do Marco de Canaveses conseguem emprego no curto prazo.
De acordo com João Gonçalves, diretor do estabelecimento de ensino, outra parte dos formandos consegue trabalho nos dois anos seguintes, de acordo com a média do estabelecimento. Outros 18% dos alunos que terminam o 12.º ano seguem para o Ensino Superior.
“Muitos dos nossos alunos estão a trabalhar na área da agricultura e turismo em empresas da região e também no estrangeiro. Temos três ex-alunos a trabalhar na Suíça, nas áreas de formação deles”, disse o responsável.
Em declarações à agência Lusa, João Gonçalves revelou que, “num contexto tão grande de crise e falta de emprego, a mão-de-obra qualificada de nível intermédio (secundário) é muito valorizada”, o que se traduz na procura dos alunos da escola da parte de empresários.
Empresas ligadas às áreas agro-alimentar e de turismo são as que mais procuram os alunos desta escola.
“São empresas que já estão instaladas ou que vêm instalar-se no território geográfico da escola, que comporta o concelho de Marco de Canaveses e município limítrofes, como Amarante, Baião, Penafiel e Cinfães, e que lançam projetos inovadores, contando com a mão-de-obra de alunos da escola”, assinalou.
O estabelecimento está instalado há 24 anos na localidade de Rosem, a cerca de seis quilómetros da cidade do Marco de Canaveses. As instalações estão rodeadas por terrenos totalmente dedicados ao desenvolvimento agrícola, turismo e criação de cavalos, num cenário que reflete a ruralidade que no passado predominou na região do Baixo Tâmega.
Saídas profissionais
A escola passou, em seis anos, de 80 para 284 alunos, em resultado da oferta formativa com cursos como jardinagem em espaços verdes, produção agrária, turismo ambiental e rural, gestão equina, gestão de animação turística em espaço rural e cuidados veterinários.
Os cursos de gestão de animação turística em espaço rural e cuidados veterinários dão acesso ao Ensino Euperior, através de um protocolo celebrado com a Escola Superior Agrária de Ponte de Lima.
De toda a parte
Alguns alunos que frequentam a escola profissional são oriundos de vários concelhos do país, entre os quais Torre de Moncorvo, Mogadouro, Vila Real e Vale de Cambra. Para esses alunos, o estabelecimento disponibiliza um regime de internato, com dormida e refeições gratuitas, apoios suportados pela instituição, ao abrigo de programas do Fundo Social Europeu.
A escola tem neste momento cerca de 70 alunos em internato. O grande número de formandos neste regime obrigou a escola a colocá-los em instalações provisórias, enquanto se aguarda a ampliação da residência.
A propósito do sucesso daquele projeto educativo, João Gonçalves disse acreditar que “o futuro passa pelas escolas profissionais“. O diretor espera que, no futuro, “haja abertura política para dar espaço e importância” e este tipo de ensino. “Tradicionalmente recuperamos para o sistema de ensino uma parte significativa de alunos que não querem andar noutras outras escolas e que encontram aqui um caminho para a sua vida”, destacou ainda.
Em termos de projetos para o futuro, anuncia-se, a curto prazo, a construção de um picadeiro coberto e a recuperação de uma habitação para turismo rural.
/Lusa