Cerca de 540 mil contentores estão sem destino em alto mar devido à falência da maior empresa de transporte marítimo da Coreia do Sul, a Hanjin Shipping.
A sua frota, que inclui embarcações, marinheiros e carga, está numa espécie de limbo, já que, com receio de fraudes, os portos não permitem que os navios da Hanjin atraquem ou descarreguem carga.
Os navios são, assim, obrigados a esperar que a Hanjin e os seus credores ou sócios cheguem a acordo. É um caso sem precedentes, e os especialistas acreditam que o impasse pode estender-se por semanas ou até meses.
“É um grande desastre para as empresas de transporte marítimo e para as proprietárias das mercadorias que se encontram nos contentores”, disse à BBC Greg Knowler, analista marítimo e comercial da empresa IHS Markit, com sede em Hong Kong.
Alta temporada
Além de impedir que os navios descarreguem, os portos estão também a reter contentores já desembarcados da Hanjin como garantia de pagamento das dívidas da empresa.
Em alguns casos, mesmo se os portos autorizassem a entrada dos navios, a Hanjin provavelmente impediria que estes atracassem, já que seriam imediatamente tomados pelos credores.
O mês de setembro é habitualmente o mais ativo da indústria global de transporte marítimo, antes da temporada de Natal.
Por isso, um dos problemas com o limbo marítimo é a carga transportada nos contentores, muitas vezes ansiosamente aguardada pelos seus compradores.
“São no total cerca de 540 mil contentores com carga retidos no mar“, explicou à BBC Lars Jensen, presidente-executivo da Consultoria Sea Intelligence, com sede em Copenhague, na Dinamarca.
Grande parte desta mercadoria tem como destino final os EUA, na época de maior movimento comercial, e qualquer interrupção será uma grande dor de cabeça para as empresas que escolheram a Hanjin para entregar os seus produtos.
Quem é dono do quê?
A estrutura da propriedade de navios dentro na Hanjin é um pouco confusa.
A empresa opera parcialmente com navios próprios, mas usa também navios alugados. Alguns dos navios retidos no mar são de outras empresas, que receiam não conseguir recuperar as embarcações ou receber os montantes devidos pelo seu aluguer.
Nem sequer os contentores a bordo são todos da Hanjin. Como a empresa faz parte de um grupo que inclui outras quatro empresas de transporte marítimo, cada navio tem contentores de diferentes donos.
Por fim, há os proprietários do conteúdo dos contentores – caso de uma empresa asiática de produtos eletrónicos que enviou a sua mercadoria para o mercado americano.
A falência da Hanjin é a maior que já atingiu o setor de transportes marítimos, ou seja, não há precedentes ou indicadores sobre o que pode acontecer agora – pelo menos não a uma escala comparável.
Presos em portos
Há ainda outro problema: os contentores estão retidos em portos de todo o mundo.
Um exemplo é o de um contentor das Filipinas que estava a caminho de Hong Kong, onde seria recolhido e levado para os Estados Unidos.
O trabalho dos estivadores em Hong Kong tem um custo, e se a Hanjin não o pagar, o porto pode reter o contentor como garantia até que alguém pague a fatura.
Uma solução possível seria as empresas que enviaram as cargas dos contentores contratarem os serviços de outras empresas de transporte marítimo para transportar as mercadorias a partir do local onde a Hanjin as tenha que abandonar.
O custo seria duplicado, já que o que venha a ser pago a essas empresas já tinha sido pago à Hanjin. Mesmo descontando o que seria coberto pelas seguradoras, a operação seria consideravelmente encarecida.
Presos no mar
O próximo problema é o dos contentores a bordo dos navios. Enquanto estiverem no mar, não há como deles retirar a carga.
No caso dos navios que foram apenas alugados pela Hanjing, os verdadeiros donos podem recuperar o controlo das embarcações e atracá-las.
As cargas teriam que ser retiradas mas, depois disso, os navios poderiam ser alugados a outras empresas.
Dado que os donos das embarcações alugadas provavelmente não vão querer pagar a conta sozinhos, poderiam tentar envolver as quatro empresas parceiras que também têm contentores nos navios ou talvez até chamar as empresas que têm cargas presas nas embarcações da Hanjin.
Os navios que são da Hanjin provavelmente terão que ser vendidos antes de pagar para atracar em algum porto.
O imbróglio provavelmente vai fazer baixar o preço das embarcações.
Marinheiros
Por fim, discute-se o que fazer com as tripulações.
Em cada navio preso neste limbo, há 15 a 25 pessoas a bordo. Os marinheiros enfrentam o receio de ficar retidos no mar durante semanas, além da incerteza em relação aos seus salários.
Sem conseguir atracar em nenhum porto, dependem das rações e do combustível a bordo dos navios até que o impasse seja resolvido.
Se os navios não tiverem dinheiro para pagar por combustível cedido por outras embarcações, os portos mais próximos seriam obrigados a aceitá-los.
A maioria dos tripulantes não é contratada diretamente pela Hanjin, mas através de agências – e estas agências provavelmente não vão ser pagas pela Hanjin e, por isso, não conseguirão pagar aos marinheiros.
“A não ser que alguém assuma a dívida muito rapidamente – e não há sinais de que isso vá acontecer -, o impasse pode durar muito tempo”, alertou Jensen.
Navios, carga e tripulação podem ficar à deriva durante semanas ou meses, sem saber quando e onde as suas viagens vão terminar.
ZAP / BBC
“(…) marinheiros e carga, está em uma espécie de limbo (…) – “está em uma espécie” ou está numa espécie?!?! Copy paste de algum site brasileiro?!?!
Sem comentários.
Mas quem escreveu o raio deste artigo??? são só erros!!! Vergonhoso!
Exmos. Senhores da ZAP,
Queiram por favor passar o texto desta noticia a pente fino, pois os erros gramaticais mostram que o jornalismo realizado foi pura e meramente fruto desastroso de copy paste de um website informativo Brasileiro.
Queiram aprender a escrever o português de Portugal.
Tenho dito.
Caros leitores,
O texto continha efectivamente erros e imperfeições, que foram corrigidos.
Obrigado pelos reparos.
Já agora evitem também o porto de Lisboa isto para que os contentores não venham a cair de ferrugem durante anos sem saída do mesmo.