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Líderes políticos franceses criticam ida de Durão Barroso para a Goldman Sachs

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Partido Social Democrata / Flickr

Durão Barroso

Durão Barroso

Vários líderes políticos franceses criticaram a nomeação do ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso para presidente não-executivo do banco norte-americano Goldman Sachs, considerando que há “conflito de interesses” e que é uma “indecência”.

“Servir os cidadãos para se servir da Goldoman Sachs: Barroso representante indecente de uma velha Europa que a nossa geração vai mudar”, escreveu no Twitter o secretário do Comércio francês, Matthias Fekl.

Tal como o responsável governamental socialista francês, os eurodeputados do PS de França consideraram que há um “escandaloso conflito de interesses“.

“Exigimos a revisão das regras para evitar o recrutamento de antigos comissários europeus”, referiram, em comunicado, os eurodeputados do PS francês.

Primeiro-ministro de Portugal entre 2002 e 2004, Durão Barroso demitiu-se de funções para ocupar o cargo de presidente da Comissão Europeia entre 2004 e 2014, período durante o qual a Europa e o mundo foram atingidos pela grave crise financeira de 2008.

O banco norte-americano Goldman Sachs anunciou na sexta-feira a contratação de Durão Barroso como presidente não-executivo da instituição e de consultor, num momento em que o setor financeiro foi abalado pelas dúvidas sobre a saída do Reino Unido da União Europeia.

“Evidentemente que conheço a União Europeia e o contexto britânico relativamente bem. Se o meu conselho for útil em tais circunstâncias, estou pronto a ajudar”, comentou Durão Barroso, em declarações ao Financial Times.

Segundo a imprensa francesa, o banco de Wall Street é dos que vendeu os produtos financeiros mais complexos — hipotecas de alto risco — que estiveram na origem da crise em 2008.

“O Goldman Sachs é também o banco que ajudou os gregos a mexer nas suas contas no início de 2000”, acrescenta o semanário francês Obs, sublinhando que a União Europeia “não precisa disto”.

“Este é o pior momento, um símbolo desastroso para a União Europeia e uma bênção para os eurofóbicos”, acrescentou o diário francês Liberation, que titula na sua página na Internet um assunto com “um manguito à Europa“.

A presidente do partido francês Frente Nacional (extrema direita), Marine Le Pen, considerou a contratação “nada surpreendente, para aqueles que sabem que a União Europeia não serve as pessoas, mas alta finança“.

Durão Barroso não violou qualquer regra, uma vez que, 18 meses depois de ter terminado o seu mandato, nada obriga os ex-membros da Comissão Europeia a prestar contas à instituição.

“Os ex-comissários, obviamente, têm o direito de prosseguir a sua carreia profissional ou política”, disse um porta-voz da Comissão Europeia, acrescentando que é legítimo as pessoas com grande experiência e qualificações desempenhar funções de liderança no setor público ou privado.

Em declarações ao semanário Expresso, Durão Barroso afirmou que se é “criticado por ter cão e por não ter“.

“Se se fica na vida política é porque se vive à conta do Estado, se se vai para a vida privada é porque se está a aproveitar a experiência adquirida na política”, acrescentou o antigo primeiro-ministro ao semanário.

/Lusa

2 Comments

  1. O ex-dirigente do MRPP (que assaltou a embaixada de Espanha após o “25 de abril”) além de usar o alheio como se fosse seu, foi sempre um cavacal sabujo de bush, e na Comissão Europeia foi também sabujo de Merkel e Sarkozy”. Está agora a reagir às críticas de que está a ser alvo. “Tem a lata de se portar como uma virgem ofendida e de pôr-se a fazer de vítima, – [isto é uma injustiça] – perante as críticas inteiramente justas que lhe são feitas pelos que o acusam de promiscuidade entre política e negócios”.
    A crítica mais assertiva é o lamentável retrato da mediocridade confrangedora da generalidade dos “dirigentes políticos” que fingem mandar na Europa e no Mundo, mas que, na realidade, não passam de cães de guarda, sobas ou caciques, sobretudo da alta finança que suga aos países a riqueza dos povos.
    Marcelo (lembra-se com ladrava este mrpp na sua escola e arredores) devia ter sensibilidade bastante para se abster, pelo menos em público, de comentar esta escória.
    Pois, o novo cargo de Barroso, além de “ladrão e sabujo”, é uma “recompensa justa pelos serviços prestados”.

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