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Cientistas encontraram genes zombie

Uma equipa de investigadores norte-americanos descobriu um tipo de “genes zombie” que revivem alguns dias depois da morte do organismo.

Duas pesquisas publicadas esta semana identificaram que algumas partes do corpo humano continuam a funcionar depois da morte.

Esta situação é provocada por genes “zombie” que, apesar de não poderem devolver a vida, podem ter implicações sérias na investigação forense e nas doações de órgãos.

O primeiro estudo, liderado por Peter Noble, da Universidade de Washington, identificou que determinados genes continuam ativos por mais de 12 horas após a morte.

Por isso, a equipa pesquisou a atividade desses mesmos genes em células de ratos e peixes-zebra mortos.

Ao contrário do que seria previsto, em vez de encontrarem genes que levavam mais tempo para se “desligar”, os cientistas perceberam, na verdade, que estes aumentavam as suas atividades.

Nos ratos, 515 genes registaram atividades totais até 24 horas depois da morte, enquanto que, nos peixes-zebra, 548 genes mantiveram-se funcionais por quatro dias.

Destaque para o facto de estes genes “zombie” não serem os mais comuns, isto é, eram sim genes normalmente acionados em emergências como, por exemplo, em casos de inflamações, ativação do sistema imunológico, stress de reação e até genes ativados para formar um embrião.

No entanto, não foram só detectados genes benéficos mas também genes que promovem o crescimento de células cancerosas nos animais.

Apesar de não serem potentes o suficiente para reanimar um cadáver, os genes pós-morte podem ter um grande impacto nos transplantes de órgãos.

Estudos apontam que pessoas transplantadas têm maiores probabilidades de desenvolver 32 tipos de cancro, incluindo linfoma, cancro do rim ou do fígado.

“Enquanto que os transplantes salvam vidas, também aumentam o risco de cancro nos recipientes em parte devido às medicações que controlam o sistema imunológico a fim de evitar rejeição”, explica Eric A. Engels, do Instituto Nacional do Cancro dos EUA.

Os imunossupressores podem explicar parcialmente o índice de cancro nesses pacientes, mas os genes pós-morte nos órgãos transplantados também podem ter uma relação com estes dados.

 ZAP / Canal Tech

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