O Governo incumbiu esta quinta-feira a nova administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de fazer uma auditoria forense aos atos de gestão do banco “praticados a partir de 2000”.
O anúncio foi feito no comunicado que se seguiu à reunião do Conselho de Ministros desta quinta-feira. “O Governo decidiu avançar para uma auditoria independente à Caixa Geral de Depósitos”, revelou Mário Centeno.
O ministro das Finanças justificou que “a Caixa não pode ser um instrumento partidário”, explicando que o período abrangido pela auditoria é aquele que parece ter interesse político.
De acordo com a TSF, Centeno fez ainda questão de sublinhar que o governo anterior nunca pediu qualquer informação sobre a gestão da Caixa, apesar de “nomeadamente, a ex-ministra das Finanças”, Maria Luís Albuquerque, ter levantado “recentemente, dúvidas sobre atos de gestão praticados até 2015”.
Centeno referiu que a decisão foi tomada perante as “perturbações” que existem atualmente por causa do banco público, apesar de “todos os exercícios de reconhecimento que existiram e que foram eles também próprios auditados e validados durante variadíssimos anos por instituições como o Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu”.
Apesar de garantir que a Caixa Geral de Depósitos foi alvo de várias intervenções por parte dos reguladores, as dúvidas levantadas pela oposição em torno das alegadas necessidades de capital do banco forçaram o Governo a decidir analisar com maior detalhes as contas.
“Entre os anos 2011 e 2013, o Banco de Portugal promoveu a realização de quatro exercícios transversais de revisão dos níveis de imparidade da carteira de crédito, que envolveram os oito maiores bancos do sistema bancário português”, o que incluiu a Caixa Geral de Depósitos.
Mário Centeno espera que a auditoria interna possa confirmar que “não há nenhuma questão deste governo com a análise do passado, recente ou menos recente, da Caixa, portanto, desde 2000”.
O ministro diz que o governo está “plenamente confiante” de que a Caixa e a sua nova administração podem “cumprir a sua função”.
ZAP