O tecto do museu europeu da pequena cidade luxemburguesa de Schengen, lugar simbólico da integração da União Europeia, desabou repentinamente – como uma alegoria da grave crise da construção europeia, dirão alguns.
Esta terça-feira, por altura do fecho do Museu de Schengen, pouco depois das 18:00, um terço do tecto do museu caiu, sem provocar ferimentos entre os dois visitantes e o empregado que ainda se encontravam no interior.
“É sinal de que é preciso fazer obras“, comentou à AFP de forma prosaica Ben Homan, o burgomestre de Schengen, nome que está associado há 30 anos à livre circulação de bens, serviços e pessoas, uma das realizações mais concretas da construção europeia.
Foi em Schengen, localidade rodeada de vinhedos, que cinco Estados membros da União Europeia “assinaram em 14 de junho de 1985, a bordo do navio Princesse Marie-Astrid, um acordo que previa a eliminação do controlo de pessoas nas suas fronteiras interiores“, relembra o museu no seu site.
O acordo, assinado originalmente porAlemanha, França, Bélgica, Países baixos e Luxemburgo, e adoptado actualmente por 22 membros da União Europeia, bem como por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça, entrou em vigor em 1995.
Mas, o ano passado, face ao afluxo de refugiados, a Alemanha, a Áustria, a Dinamarca, a Suécia e a Noruega restabeleceram o controlo das suas fronteiras.
O museu retrata a evolução das fronteiras da Europa de 1815 até à actualidade, com mapas interactivos, relembra a actividade dos contrabandistas, expõe os chapéus dos guardas fronteiriços e propõe aos seus visitantes o fabrico de um passaporte.
ZAP / Lusa