Estudante de engenharia aeroespacial está a desenvolver dois robôs que, além de controlarem o crescimento das plantas, conseguem perceber o estado de saúde dos astronautas.
Uma grande preocupação relativamente à chegada do Homem a Marte é o cultivo de alimentos, uma vez que o terreno marciano não é tão fértil como por cá e quase não possui oxigénio.
Mas Heather Hava, uma estudante de engenharia aeroespacial da Universidade do Colorado em Boulder, nos Estados Unidos, quer ter a certeza que conseguimos ultrapassar esse problema.
A jovem acabou de inventar dois robôs que não só são capazes de cultivar frutas e vegetais no Espaço, como também conseguem monitorizar o estado de saúde dos astronautas.
O primeiro, chamado SPOT, consegue cultivar morangos, tomates, pimentos, couve e até ervas aromáticas, como o manjericão, dentro de uma câmara compacta.
Trata-se de um mini-jardim hidropónico, o que significa que os alimentos são cultivados a partir de um sistema sem qualquer tipo de terra, contando apenas com água com nutrientes.
A água, depois de utilizada para regar as sementes, é armazenada num recipiente que deve ser libertada pelos astronautas que, por sua vez, são também responsáveis pelo reabastecimento do líquido.
Segundo Hava, este pode ser um processo bastante terapêutico para os astronautas que, como se sabe, estão confinados a um espaço muito limitado.
“Podem ver, por exemplo, os morangos a crescer, a mudarem de cor-de-rosa para vermelho. Há um benefício psicológico muito grande durante todo o processo. E, no final, têm direito ao prémio”, justifica ao Tech Insider.
O SPOT conta ainda com um sistema de aquecimento e refrigeração que mantém a temperatura da água a um nível propício para o cultivo. Além disso, consegue controlar os níveis de pH, humidade e todos os estágios do processo de crescimento da colheita.
O robô conecta-se aos dispositivos através de uma aplicação de inteligência artificial, que pode ser utilizada quer pelos astronautas quer pelos funcionários da NASA.
O outro robô, batizado de AgQ, foi desenvolvido com o objetivo de monitorizar o estado de saúde das plantas, assim como a dos astronautas.
O dispositivo é capaz de alertar quando a água do cultivo precisa de ser trocada, se o pH do líquido está acima ou abaixo do nível adequado, ou se alguma planta está a morrer.
Com os astronautas, a sua aplicação funciona através de um fato especial que, quando vestido, consegue perceber se o sistema nervoso da pessoa em questão está alterado.
A estudante pretende testar as suas invenções no Mars Desert Research Station, um terreno no estado norte-americano do Utah que simula como seria viver em Marte.
Neste momento, encontra-se a desenvolver o terceiro SPOT, que deverá ser uma versão mais leve do primeiro. Está a tentar angariar 150 mil dólares para financiar estes robôs e conseguir acabar o seu doutoramento.
“Isto é só o início”, afirma a estudante ao mesmo site.
ZAP / Canal Tech