O ex-primeiro-ministro português enfrenta esta terça-feira, em Nova Iorque, a sua primeira audição perante a Assembleia Geral das Nações Unidas.
A primeira prova oral de António Guterres perante a Assembleia Geral da Nações Unidas está marcada para esta terça-feira às 15h00 (20h00 na hora portuguesa), em Nova Iorque, escreve o Público.
A audição pressupõe uma intervenção de dez minutos para que cada candidato defenda as suas posições e cerca de duas horas de perguntas por parte dos representantes dos vários Estados-membros.
Com o objetivo de tornar o processo de seleção do novo secretário-geral mais transparente, esta é a primeira vez que os candidatos se sujeitam a este tipo de teste, com as audições a poderem ser vistas em direto a partir do site da ONU.
Mas, apesar desta recente abertura, quem continuará a ter a palavra final será o Conselho de Segurança, numa escolha que cabe aos cinco membros permanentes: Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França.
Numa reunião à porta fechada, os países vencedores da II Guerra Mundial escolhem um nome que depois será submetido para aprovação na Assembleia Geral. O atual secretário-geral, Ban Ki-moon, só abandona o posto a 31 de dezembro.
O ex-primeiro-ministro é um dos oito candidatos já confirmados e muitos adiantam que será um dos mais qualificados, depois de dez anos a assumir a liderança do cargo de Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).
Porém, existem duas grandes vontades no seio da organização que estão a dificultar a vida a Guterres: muitos querem que o próximo sucessor seja, de facto, uma sucessora e outros privilegiam o fator de ser um candidato da Europa de Leste.
Para combater esta pressão, o antigo chefe do Governo socialista está a apostar na promessa de reforçar fortemente a presença feminina nas Nações Unidas, escreve o Diário de Notícias.
Segundo o diário, a audição de Guterres será antecedida das de Igor Luksic, ex-primeiro-ministro do Montenegro, e da búlgara Irina Bokova, atual diretora-geral da Unesco.
Durante o dia de amanhã, serão realizadas mais três audições, entre elas a de Danilo Türk, ex-presidente da Eslovénia, Vesna Pusic, ex-vice-primeira-ministra da Croácia e Natalia Gherman, ex-primeira-ministra da Moldávia.
As provas orais terminam na próxima quinta-feira com Helen Clark, ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, e Srgjan Kerim, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros da Macedónia.
De acordo com o jornal Expresso, existem outros nomes a rondar os “zunzuns” da imprensa internacional, a começar pela “bomba atómica” que seria a eventual candidatura da chanceler alemã Angela Merkel.
Já Susana Malcorra, ministra dos Negócios Estrangeiros da Argentina e ex-chefe de gabinete de Ban Ki-moon, será dada como candidata certa nos meios da ONU, apesar de ainda não ter sido feita qualquer apresentação.
Ainda segundo o semanário, também se fala na presidente do Chile, Michelle Bachelet, mas muitos dizem que a probabilidade de renunciar a este cargo será reduzida.
ZAP
