No avião desviado por amor, até deu para tirar uma selfie com o sequestrador

Ben Innes / Twitter

O britânico Benjamin Innes, de 26 anos, com o sequestrador do avião da EgyptAir onde seguia.

Naquele que já é definido como o mais surreal acto de pirataria da história recente da aviação, houve de tudo, desde um colete de explosivos a fingir até uma selfie com o sequestrador que afinal, só queria entregar uma carta à ex-mulher.

Um avião da EgyptAir foi desviado, esta terça-feira, para Larnaca, no Chipre, depois de ter saído de Alexandria, no Egipto, rumo ao Cairo. Logo se pensou que seria mais um assustador acto terrorista, mas, no fim de contas, foi apenas um caso muito estranho que até serviu para tirar selfies com o sequestrador.

Seif Eldin Mustafa, o professor universitário que desviou o avião, aparece numa imagem divulgada no Twitter ao lado de um dos passageiros que sequestrou e que se exibe com o ar mais sorridente do mundo. Na foto também se pode ver o cinto de explosivos – que, afinal, era só a fingir.

O autor desta arrojada ideia é um inspector de saúde britânico, Benjamin Innes, de 26 anos, que explicou ao jornal The Sun que não podia perder a oportunidade de tirar “a selfie da sua vida”.

“Não sei bem porque o fiz, apenas atirei a precaução pela janela tentando manter-me animado na face da adversidade. Pensei que se a bomba fosse real, não tinha nada a perder de qualquer forma”, refere Ben Innes, contando que pediu a um dos elementos da tripulação para fazer de tradutor quando abordou o sequestrador, que aceitou posar para a foto.

O sequestro dos reféns a bordo acabou por se resolver sem problemas e um deles até conseguiu fugir por uma janela aberta no cockpit do avião, antes deste peculiar pirata do ar se entregar às autoridades.

Seif Eldin Mustafa teria como principal objectivo entregar uma carta à ex-mulher que vive no Chipre, mas, pelo meio, também pediu a libertação de várias mulheres detidas em prisões egípcias.

Um ministro egípcio chegou a classificá-lo como um mero “idiota”, quando refutou a tese de mais um potencial acto terrorista. Já o presidente do Chipre comentou o caso com o desabafo de que “há sempre uma mulher ao barulho”.

Já ouvido por um juíz, o professor universitário de 59 anos justificou as suas acções com o “desespero” por não ver a família há 24 anos, conforme apurou o New York Times. No fim da audiência, terá pedido para fazer um telefonema à ex-mulher, com quem terá 5 filhos, mas esta, uma cidadã cipriota, não pretenderá falar com ele.

A mesma publicação reporta que Mustafa fugiu de uma prisão egípcia, onde estaria a cumprir uma pena por falsificação e fraude, e que se encontraria escondido da justiça a viver num bairro pobre com a irmã viúva e um irmão com problemas mentais.

SV, ZAP