Um Benfica tão desfalcado como personalizado garantiu hoje em São Petersburgo o apuramento para os quartos de final da Liga dos Campeões em futebol, com um triunfo por 2-1 face ao Zenit, selado com dois golos no final.
O ex-portista Hulk ainda ‘anulou’, aos 69 minutos, o tento com que Jonas tinha dado vantagem aos ‘encarnados’ na Luz, mas, Gaitán, aos 85, após potente remate de Raúl Jiménez à barra, e Talisca, aos 90+5, apuraram os ‘encarnados’.
Quatro dias após o triunfo por 1-0 em Alvalade, sobre o Sporting, que valeu a liderança da I Liga, o Benfica somou, assim, a quarta presença nos ‘quartos’ da ‘Champions’, repetindo 1994/95, 2005/06 e 2011/12.
A formação ‘encarnada’ fez história e conseguiu-o muito desfalcado, no setor recuado: faltaram Júlio César, três centrais (Luisão, Jardel e Lisandro López) e André Almeida, mas o coletivo tudo superou, o que tem, aliás, sido um hábito na primeira época sob o comando de Rui Vitória.
A inédita dupla de centrais composta por Lindelöf e o adaptado Samaris esteve impecável, tal como o regressado Fejsa em frente da defesa, ao lado do ‘inesgotável’ Renato Sanches, e quando tudo falhou, lá atrás, Ederson resolveu.
No ataque, a dupla Jonas / Mitroglou ficou a ‘zero’, mas o ‘capitão’ Gaitán resolveu, com a ajuda dos suplentes Raúl Jiménez, decisivo no primeiro golo, e Talisca, que entrou nos descontos para selar a ‘simbólica’ vitória.
No ‘top 8’ da Liga dos Campeões, o Benfica aguardará agora que a ‘estrelinha’ o acompanhe e possa encontrar, por exemplo, o Wolfsburgo, para poder sonhar com a primeira presença nas ‘meias’, que, antes, AC Milan (1994/95), FC Barcelona (2005/06) e Chelsea (2011/12) não permitiram.
Sem os lesionados e castigados, Rui Vitória fez entrar no ‘onze’ Ederson, Nelson Semedo e Fejsa e recuou Samaris para o centro da defesa.
Assim, o Benfica entrou com Nelson Semedo, Samaris, Lindelöf e Eliseu, à frente de Ederson, um meio campo com Fejsa e Renato Sanches, ao meio, e Pizzi e Gaitán, nos extremos, e um ataque com Jonas nas costas de Mitroglou.
Por seu lado, André Villas-Boas mudou quatro ‘peças’, trocando os castigados Criscito e Javi Garcia por Zhirkov e Maurício e ainda Garay e Shatov, relegados para o banco, por Luís Neto e Kokorin.
A formação ‘encarnada’ entrou personalizada, recusando-se a entregar o comando do encontro ao adversário e foi a primeira equipa a criar perigo, num livre de Jonas que Lodygin desviou para canto, aos cinco minutos.
A resposta veio de Dzuyba, aos sete, com um remate pouco ao lado do poste esquerdo, depois de assistência de Danny, o homem que pautava todo o jogo dos russos.
O equilíbrio continuou a marcar a primeira parte, com Jonas (13 minutos), Renato Sanches (20), que falhou o alvo por muito pouco, e Nelson Semedo (31) a rematarem de fora da área com perigo, enquanto, do outro lado, Dzyuba viu as suas intenções anuladas por Ederson (27), com saída arrojada, e Eliseu (31).
O Zenit reentrou melhor, mas só se tornou mais forte depois das entradas de Shatov e, sobretudo, de Smolnikov, que apareceu com muito perigo à entrada da pequena área, aos 60 minutos, mas rematou fraco para Ederson segurar.
Pouco depois, aos 62 minutos, foi novamente Dzyuba a criar muito perigo, mas, desta vez, com resposta pronta do Benfica, aos 63: Pizzi isolou Jonas com um passe de cabeça, mas o brasileiro rematou contra Lodygin.
Já com Jiménez em vez de Mitroglou, o Zenit adiantou-se aos 69 minutos: Zhirkov fugiu pela esquerda, depois de aparente falta sobre Nelson Semedo, e, com inteligência, esperou pela hora certa e cruzou para Hulk marcar de cabeça.
A eliminatória ficou igualada e o jogo acalmou, mas ficou mais ‘partido’, com Lindelöf a ameaçar a igualdade aos 72 minutos, num cabeceamento, após canto de Gaitán. O guarda-redes Lodygin voltou a não o permitir.
Aos 81 minutos, o Zenit teve a oportunidade de marcar o segundo golo, com o ‘gigante’ Dzyuba a ‘furar’ toda a defesa ‘encarnada’ e a ficar na ‘cara’ de Ederson, que, mais uma vez, saiu muito bem dos postes e defendeu.
Os russos não marcaram e, aos 85 minutos, o Benfica acabou com a eliminatória: Jiménez rematou muito forte, de muito longe, Lodygin fez mais uma grande defesa, desviando para a barra, mas, na recarga, Gaitán foi o primeiro a chegar e limitou-se a encostar de cabeça.
Com tudo praticamente resolvido, o Zenit ainda assustou, por Hulk e Danny, mas foi a formação ‘encarnada’ que ainda chegou ao triunfo, na última jogada, por intermédio de Talisca, após grande trabalho individual.