Um rio de lixo está literalmente a flutuar na capital do Líbano, uma situação que representa um enorme perigo não só para a saúde da população como para o meio ambiente.
A grande quantidade de lixo tem-se acumulado desde julho do ano passado, altura em que o aterro sanitário da capital libanesa foi encerrado.
Até hoje, não foi apresentada nenhuma solução para resolver o problema e não parece que isso esteja para acontecer tão cedo. Atualmente, a situação política no Líbano não é muito favorável e prova disso é o facto de o país não ter presidente há mais de um ano, estando o primeiro-ministro a assumir o papel de presidente interino.
Inicialmente, a população começou a despejar os resíduos pelas suas próprias mãos, nos subúrbios de Jdeideh, mas com o tempo a pilha de lixo continuou a crescer e a expandir-se.
Neste momento, estima-se que a cidade contenha cerca de dois milhões de toneladas de lixo. Os habitantes dizem que o cheiro a “podre” é cada vez mais insuportável e temem que a situação seja ainda pior nos meses de verão.
No mês passado, uma empresa britânica tentou arranjar uma solução que passava por enviar algum deste lixo para a Rússia. No entanto, as burocracias não foram tratadas a tempo e o acordo caiu por terra.
Sem outra escolha, os moradores deixam os sacos de lixo em qualquer lugar, quer seja em ruas ou rios, nos quais as toxinas podem contaminar os cursos de água.
Além disso, muitos têm optado por queimar os resíduos, uma situação para a qual já têm sido alertados por causa da libertação de gases tóxicos.
De acordo com o Tech Insider, houve um grande aumento de infeções respiratórias. Os internamentos em hospitais da cidade aumentaram 25% desde o ano passado.
A situação começa a tornar-se cada mais insuportável e os moradores protestam contra a falta de ajuda do Governo para ajudar a limpar as ruas.
“Este lugar costumava ser tão bonito, mas olhem como está isto agora”, diz uma residente à CNN. “Nós nem conseguimos andar por aqui”.
Como se a crise política e este rio de lixo não fossem problemas suficientes, o Governo também tem tido dificuldades em fornecer água limpa e eletricidade à população desde o ano passado.
A isto acresce ainda a crise dos refugiados, provocada pelo conflito na vizinha Síria, que tem colocado bastante pressão sobre o país.
ZAP / HypeScience