Apple acusa FBI de violar a Constituição americana

B!T

-

Um dia antes do fim do prazo, a Apple entregou os documentos de recusa formal da ordem emitida na semana passada por um magistrado para o desbloqueio forçado de um iPhone.

Os advogados da empresa submeteram um documento de 36 páginas no qual explicam o porquê de a Apple não cumprir a ordem imposta pelo juiz.

O iPhone em causa era usado por Syed Farook, o terrorista que matou 14 pessoas na Califórnia em dezembro do ano passado, e está bloqueado com um código numérico.

Para aceder aos conteúdos do telemóvel, o FBI tem de o bombardear com combinações diferentes até acertar e precisa que a Apple desenvolva uma versão alterada do iOS 9 que o permita fazer sem ativar a função de auto-destruição.

“O pedido do governo cria um peso sem precedentes sobre a Apple e viola os seus direitos da Primeira Emenda contra a expressão forçada”, escreveu a equipa legal, liderada por Theodore Olson, que assistiu o antigo presidente George W. Bush.

“Nenhum tribunal alguma vez autorizou o que o governo pede, nenhuma lei suporta tal uso ilimitado e extenso do processo judicial, e a Constituição proíbe-o”. Como tal, a Apple argumenta que a ordem do tribunal viola a constituição norte-americana.

O pedido do FBI é feito sob o All Writs Act, uma lei abrangente de 1789 que permite aos juízes requererem ações necessárias para executarem ordens.

A Apple defende que a sua aplicação neste caso é inusitada, porque o congresso norte-americano rejeitou recentemente a possibilidade de forçar as empresas privadas a desenvolverem “portas dos fundos” para os seus produtos.

A tecnológica caracteriza o pedido como “um poder perigoso que o Congresso e o povo americano negaram: o de forçar empresas como a Apple a minar os interesses básicos de segurança e privacidade de centenas de milhões de indivíduos no planeta”.

A equipa que representa a Apple também criticou o facto de a agência de inteligência ter tornado o processo público, ao contrário de vários outros que decorreram e decorrem ainda e que são tratados sob sigilo.

O caso avança agora para uma audiência, que terá lugar no tribunal federal de Riverside, Califórnia, no dia 22 de março.

ZAP / BiT

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.