Acionista privado da TAP mantém a intenção de avançar com um empréstimo uma vez que “a empresa precisa de dinheiro”.
David Neeleman, um dos acionistas da Atlantic Gateway, consórcio que ficou responsável pela gestão da TAP, afirmou esta segunda-feira que o empréstimo obrigacionista está a caminho, revela o Expresso.
“O empréstimo chega amanhã, a empresa precisa de dinheiro“, afirmou num encontro com jornalistas em Nova Iorque.
O acionista desvaloriza assim o recente parecer da ANAC – Autoridade Nacional da Aviação Civil – que impede que sejam tomadas decisões importantes nos próximos três meses.
O empresário adiantou que os 120 milhões de euros dos chineses do grupo HNA deverão entrar na transportadora entre “hoje e quarta-feira”.
“Tudo vai ser resolvido”, assegurou o acionista, citado pelo jornal Público. “Temos quase dez mil pessoas cuja vida depende da TAP e, em Portugal, a economia depende em 10% do turismo”.
Ainda durante o encontro, Neeleman anunciou duas novas rotas a partir do aeroporto de Lisboa, com voos diários para Nova Iorque e Boston.
Já sobre o Porto, onde a companhia decidiu suprimir rotas, o acionista disse tratar-se de “uma cidade muito importante para a TAP”, tanto que decidiram “fazer uma ponte área” com a capital, a partir do dia 27 de março.
“O desafio que temos no Porto é grande. Temos um concorrente lá que está a receber subsídios. É uma luta que não somos capazes de ganhar”, afirma, referindo-se à ‘low-cost’ Ryanair.
Ainda durante o dia de hoje, o presidente da TAP teve uma reunião de emergência com a administração da ANAC, provocada pelas dúvidas sobre se este consórcio respeita as regras comunitárias.
“De acordo com os esclarecimentos havidos, foi decidido criar um grupo de trabalho entre as duas partes com o objetivo de esclarecer a cada momento eventuais dúvidas, garantindo que o atual processo de privatização da TAP continuará a decorrer nos termos previstos”, anunciou a companhia em comunicado.
À saída da reunião, o presidente Fernando Pinto, citado pelo Expresso, garantiu que “a empresa vai continuar com as suas operações financeiras” e que “tudo o que está previsto fazer vai continuar a fazer”.
ZAP
