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Estudo em 68 doenças conclui que a homeopatia é eficaz em 0 delas

“A homeopatia é um beco-sem-saída terapêutico” declarou um cientista britânico, depois de ter feito uma análise sistemática na qual concluiu que o controverso tratamento não é mais eficaz do que placebos.

A conclusão foi tirada pelo professor Paul Glasziou, investigador da Universidade Bond, no Reino Unido, num estudo desenvolvido em conjunto com o Conselho de Saúde e Pesquisa Médica Nacional.

Na sua análise, o investigador analisou 176 estudos sobre homeopatia, para determinar a validade e eficácia dos respectivos tratamentos.

Num total de 57 revisões sistemáticas, feitas aos 176 estudos, e focando-se em 68 doenças diferentes, o professor Paul Glasziou não encontrou nenhuma prova de que a homeopatia fosse mais eficaz que o uso de placebos.

A homeopatia é uma medicina alternativa baseada na ideia de diluir substâncias em água.

De acordo com um overview do NHS, o sistema de saúde britânico, “os praticantes acreditam que quanto mais diluída uma substância for, maior o seu poder para tratar os sintomas” da doença.

“Muito remédios homeopáticos consistem em substâncias que foram diluídas muitas vezes em água até que não haja nada ou quase nada nela da substância original”, acrescenta o relatório.

No Reino Unido, dois hospitais do NHS fornecem tratamento homeopático.

Paul Glasziou concluiu agora também que “não há efeito discerníveis convincentes além do placebo” e que “não há prova confiável de pesquisas em humanos de que a homeopatia tenha sido eficaz para tratamento na gama de doenças considerada”.

Num artigo no blog do British Medical Journal, o cientista diz estar “aliviado por ter acabado a árdua jornada de recolher provas” de eficácia da homeopatia.

“Comecei esta jornada com uma atitude de eu não sei, curioso para saber se estes tratamentos poderiam funcionar…”, diz.

“Mas perdi o interesse depois de ver as 57 análises sistemáticas que continham 176 estudos individuais, que não encontraram nenhum efeito convincente discernível do placebo”, conclui Glasziou.

“Posso compreender porque é que Samuel Hahnemann, o fundador da homeopatia, estava insatisfeito com as práticas médicas do século 18, como sangrias e purgas, e porque motivo tentou encontrar uma alternativa melhor”, diz ainda o cientista.

“Mas acho que ele estaria agora muito desiludido com o fracasso colectivo da homeopatia, que em vez de seguir as suas inovadoras investigações, se encaminhou para um beco-sem-saída terapêutico”, considera o cientista.

ZAP / HypeScience

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