O acidente de comboios perto de Munique, a 9 de fevereiro, foi causado por um erro humano, confirmaram esta terça-feira as autoridades alemãs, indicando ainda que um funcionário responsável pela sinalização está acusado de homicídio por negligência.
“Não existe qualquer indicação de problemas técnicos. A nossa investigação mostrou que foi um erro humano com consequências catastróficas”, declarou Wolfgang Giese, procurador responsável pela investigação, numa conferência de imprensa realizada pela comissão de inquérito ao acidente da terça-feira passada.
O acidente em que dois comboios chocaram de frente causou 11 mortos, cerca de 20 feridos graves e mais de 60 feridos ligeiros.
O funcionário responsável pela sinalização no dia do acidente é agora acusado de homicídio por negligência, lesões ou interferência perigosa no tráfego ferroviário, acrescentou o mesmo magistrado.
“Se tivesse respeitado as regras, não teria existido nenhuma colisão entre comboios”, reforçou o procurador.
Na semana passada, vários media alemães, citando então “fontes próximas do inquérito”, já tinham avançado que um erro humano estaria na origem da colisão.
Isto apesar de, no dia a seguir ao acidente, a polícia da Baviera desmentiu a teoria de que o sistema de alarme, que automaticamente avisa quando circulam dois comboios na mesma linha, teria sido desligado e trocado para o controlo manual, de modo a que uma das composições cumprisse o horário.
Segundo um porta-voz da polícia, citado na altura pela BBC, a teoria de erro humano era “pura especulação”, pelo que “rejeitavam” a informação baseada em fontes que foi posta a circular.
O choque frontal entre dois comboios regionais ocorreu às primeiras horas da manhã do passado dia 09 de fevereiro na linha que liga Rosenheim a Holzkirchen, uma zona de floresta situada a cerca de 60 quilómetros a sudeste de Munique, capital da Baviera.
O funcionário ferroviário, com vários anos de experiência profissional, admitiu o erro na segunda-feira, indicou ainda o procurador Wolfgang Giese.
O funcionário de 39 anos, que permitiu que os dois comboios oriundos de direções opostas viajassem na mesma via, fez uma chamada de emergência depois de ter percebido o erro, “mas não obteve resposta”, afirmou outro procurador, Juergen Branz, na conferência de imprensa.
A polícia submeteu o funcionário a uma análise de sangue no dia do acidente, que apontaram que o funcionário não estava sob efeito de álcool ou drogas.
ZAP