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92 páginas para culpar os pais e amigos pelo ataque de Münster

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Sscha Steinbach / EPA

O autor do atropelamento de sábado que tirou a vida a duas pessoas deixou uma carta com 92 páginas, na qual culpa os pais e os amigos pelos problemas psicológicos de que padecia.

De acordo com o jornal alemão Bild, o documento de 92 páginas deixado por Jens R., de 48 anos, que matou duas pessoas, feriu 30 e se suicidou ainda dentro da carrinha que conduzia, descreve “um chorão que se transformou num assassino“.

O texto explica que o homem quis suicidar-se pela primeira vez com sete anos e que desde pequeno teve episódios violentos, pelos quais responsabiliza diretamente os seus pais, que, segundo ele, o ignoraram e maltrataram desde o seu nascimento.

Isto, argumenta, originou uma série de problemas de comportamento, entre os quais a impotência sexual, que o impediu de manter relações sexuais e de ter “sentimentos normais pelas mulheres”, levando-o a ter medo de ser visto como homossexual.

Jens R. reparte também as culpas pelo seu círculo de amigos, que acredita que o espiavam, pelos clientes que não lhe pagaram os trabalhos de desenhador e pelos médicos, por uma operação às costas que deixou sequelas permanentes.

No sábado, uma carrinha investiu contra várias pessoas numa rua central da cidade de Münster, no oeste da Alemanha. O condutor, Jens R., suicidou-se depois com um tiro ainda dentro do veículo, segundo o jornal “Bild”.

Depois do acidente, o centro histórico da cidade esteve fechado e as autoridades estiveram à procura de explosivos.

Segundo o Diário de Notícias, o ataque causou o pânico na Alemanha, que reviveu o medo de um atentado jihadista até o condutor ser identificado como alguém com problemas psiquiátricos.

A casa do autor do atropelamento situava-se a menos de dois quilómetros do local do incidente e Jens R. era já conhecido da polícia, mas apenas por delitos menores. Em comunicado, a chanceler alemã, Angela Merkel, expressou a sua consternação pelo atropelamento e garantiu que se fará “tudo quanto for possível para esclarecer o ocorrido e para prestar assistência às vítimas e seus familiares”.

Também o Presidente alemão, Franck Walter Steinmeier, expressou pesar pelos acontecimentos, tal como vários membros da equipa governamental de Merkel.

ZAP //

3 Comments

  1. Pelo histórico já devia de estar internado p/ SEMPRE há décadas. A falta de atitudes de quem pode dá neste tipo de terror contra pessoas que não tem responsabilidade nenhuma.

  2. Pelos vistos por todos os países a saúde mental está de certo modo abandonada enquanto pelo contrário parecem cada vez mais os casos graves devido a tal doença, há que investir na procura de novos tratamentos e no internamento de pessoas identificadas como possíveis perigosos.

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