Em Portugal, só 11% dos filhos de famílias pobres e com o 9.º ano chegam ao ensino superior. O dinheiro não chega para tudo; e os estudos nem sempre podem ser a prioridade.
A escolaridade dos pais condiciona a dos filhos, sendo que nas famílias de rendimentos e escolaridade mais baixa apenas 11% dos filhos tem o ensino superior.
A conclusão é de um estudo do Banco de Portugal (BdP) divulgado esta quinta-feira, que conclui que quem vive numa família de menores rendimentos tem maior probabilidade de risco de pobreza em adulto.
A educação e também a situação financeira das famílias são canais usados na transmissão intergeracional da pobreza e privação material, com o estudo a concluir que apenas 10,9% dos filhos de pais com o 9.º ano de escolaridade e situação financeira má conseguiram frequentar o ensino superior.
Já aqueles cujos pais tinham o mesmo nível de escolaridade mas uma situação financeira boa, um terço (31,1%) conseguiu frequentar o ensino superior.
Se os pais tiverem o ensino superior, a percentagem de filhos que frequenta a mesmo nível de ensino supera os 70% quer a situação financeira da família fosse má (74,8%) quer fosse boa (79,8%).
O estudo mostra ainda que o risco de pobreza aumenta de 12,5% para 19,2% para quem vem de famílias com situação financeira boa ou má, respetivamente.
É um ciclo vicioso. Pobreza gera pobreza. Mas Pior: quem é filho de pais pobres têm maior probabilidade de ser ainda mais pobre.
Portugal tem cada vez mais crianças em risco de pobreza e exclusão social.
De acordo com dados do Eurostat, em 2023, havia cerca de 379 mil crianças em situação de carência económica – o que representa um agravamento de mais de 20% em relação à última década.
Tendo em conta a União Europeia, em 2023, havia 94,6 milhões de pessoas em risco de pobreza, dos quais 21% eram crianças. Em Portugal, há mais de dois milhões de pessoas nesta condição. 379 mil crianças – sublinhe-se.
ZAP // Lusa
Como as famílias pobres podem sustentar ter os filhos desde os 1 ano em explicadores a 10/20 euros hora….