Nos últimos vinte anos, mais de 7 mil desastres naturais causaram 1,35 milhões de mortes, sendo que mais de metade das vítimas morreu em terramotos e 90% das mortes foram registadas em países de baixa e média renda.
Os dados são do relatório “Poverty and Death: Disaster Mortality 1996-2015” (Pobreza e Morte: Mortalidade em Desastres 1996-2015), divulgado na passada quinta-feira, pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que, enquanto os países desenvolvidos sofrem perdas económicas em desastres, os países “pobres” pagam com vidas.
“Podemos substituir os bens materiais, mas não podemos substituir as pessoas”, disse o secretário, que pediu a todos os governos uma mudança de cultura de reação para prevenção.
O relatório constatou a existência de uma relação direta entre o número de mortes em desastres e os níveis de desenvolvimento de um país.
Durante o período analisado no estudo, os países “pobres” perderam mais de um milhão de pessoas em desastres.
O Haiti, por exemplo, sofreu um terramoto devastador em 2010, três anos de seca relacionada com o fenómeno El Niño, e, na semana passada, foi assolado pelo furacão Matthew – que, até o momento, já deixou mais de 400 mortos.
Com quase 230 mil mortos ao longo dos últimos vinte anos, o país está no topo da lista de mortes relacionadas com desastres, seguido pela Indonésia (182 mil), Myanmar (139 mil), China (123 mil), Índia (97 mil), Paquistão (85 mil), Rússia (58 mil), Sri Lanka (36 mil), Iraque (32 mil) e Venezuela (30 mil).
Nenhum país de rendimentos elevados está entre os dez primeiros da lista mas a França, Itália, Espanha e Japão estão entre os 20 países mais afetados.
ZAP / Ciberia
Não seria também útil saber a percentagem de desastres naturais que atinge os país “pobre”? Porque se houverem mais desastres naturais em países “pobres”, também é normal haver mais mortes. Também seria bom saber a percentagem de mortos por 1000/habitantes, para haver termos de comparação. Porque morrerem 1000 pessoas no Blagladesh é muito diferente de morrerem 1000 pessoas no Vaticano.
Li o relatório por alto e não vi as minhas dúvidas respondias. Mas pode ser por ter lido apenas por alto.
Caro RM,
É de facto “natural” haver mais mortes em países “pobres” não porque haja mais desastres nesses países, mas por outros tipos de correlações. Por exemplo, a qualidade de construção, técnicas e materiais usados para construir casas e prédios leva a que um terramoto de grau 7.9 faça abanar arranha-céus em Tóquio e possa arrasar uma cidade no Nepal.
E não é que faz mesmo referência ao número de mortes por habitante?! My bad. Mas a notícia continua a não ser muito elucidativa.