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O Haiti enfrenta uma crise humanitária que requer uma “resposta massiva” da comunidade internacional, com pelo menos 1,4 milhões de pessoas a precisar de ajuda após a passagem do furacão Matthew, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Os danos ocasionados pela devastadora passagem do furacão Matthew ainda mantêm sem energia elétrica as comunidades mais atingidas no sul do Haiti, o que agrava a situação dos afetados.
As estimativas apontam para a morte de cerca de 800 pessoas, prevendo-se que este número suba significativamente quando as equipas de resgate conseguirem chegar a zonas que estão inacessíveis.
“Uma resposta em massa é necessária”, disse o líder da ONU.
“Algumas cidades e vilas foram praticamente apagadas do mapa. Estes números e necessidades estão a aumentar à medida que mais zonas afetadas são alcançadas”, destacou Ban Ki-moon.
Outro problema enfrentado pela população é o início de um surto de cólera – cuja propagação se dá pelo consumo de água ou alimentos contaminados.
As autoridades haitianas revelaram que a doença já matou pelo menos 13 pessoas no sudoeste do país, uma zona particularmente atingida pelo furacão.
As Nações Unidas lançaram um apelo para angariar 120 milhões de dólares para cobrir todas as necessidades do Haiti nos próximos três meses, nomeadamente água potável, alimentos e abrigos para prevenir doenças infecciosas.
O coordenador das missões humanitárias da ONU, Mourad Wahba, afirmou que o país enfrenta o maior desastre humanitário desde o terramoto em 2010, mas agora as autoridades e a sociedade civil “têm uma capacidade muito mais forte para organizar a resposta”.
Honduras vão enviar avião com ajuda humanitária para o Haiti
O presidente das Honduras, Juan Orlando Hernández, afirmou, em conferência de imprensa, que será enviada ajuda humanitária para o Haiti esta terça-feira.
O avião vai transportar água engarrafada, medicamentos, mantas, conjuntos de higiene, arroz e roupa, entre outro tipo de assistência, especificou Hernández.
A ajuda vai ser entregue por um contingente militar das Honduras, que está no Haiti desde junho, quando se integrou na Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas no país das Caraíbas.
O contingente tem 60 militares que vão estar no país durante seis meses, para dar assistência humanitária aos haitianos.
O furacão Matthew causou, no país, segundo os últimos números divulgados pela Proteção Civil, 372 mortos, quatro desaparecidos, 246 feridos e 175 mil pessoas deslocadas.
No entanto, fontes de organizações de socorro e das autoridades locais asseguraram, na sexta-feira, que o número de vítimas mortais ultrapassa os 800.
ZAP / Lusa
