Vendem-se cada vez mais carros em Portugal. Só no mês de maio foram concedidos quase 290 milhões de euros e feitos mais de 20 mil contratos, segundo dados do Banco de Portugal.
Os empréstimos para compra de automóveis não param de aumentar. De acordo com dados divulgados pelo Banco de Portugal e citados pelo Diário de Notícias, só em maio foram concedidos quase 290 milhões de euros e feitos mais de 20 mil contratos.
Desde o início do ano até ao final do mês de maio, o número de novos financiamentos concedidos para a compra automóvel aumentou para mais de 89 mil, um ritmo de quase 600 por dia. Neste período, adianta ainda o jornal, foram emprestados mais de 1,26 mil milhões de euros, uma subida de quase 200 milhões de euros face a 2017.
Esta subida do crédito ajudou as vendas de automóveis, dado que nos primeiros cinco meses do ano foram vendidos mais de 108 mil veículos ligeiros, segundo a ACAP – Associação Automóvel de Portugal, configurando assim o melhor ano em mais de uma década no que diz respeito à venda de automóveis.
O DN realça que, em média, estão a ser emprestados neste ano mais de 14 mil euros em cada contrato de crédito automóvel. Embora a tendência de crescimento do crédito já fosse visível, maio foi o mês em que tanto o valor concedido como o número de empréstimos bateram recordes.
Entre crédito pessoal, empréstimos para comprar carros, cartões de crédito, linhas de crédito e descobertos bancários, as instituições financeiras emprestaram quase 670 milhões de euros, o valor mais alto desde, pelo menos, o início de 2013. Este valor representa ainda um crescimento de mais de 90 milhões face ao mesmo período de 2017.
O jornal dá conta de que os máximos nos empréstimos a consumidores foram verificados pouco tempo antes de entrarem em vigor as recomendações do Banco de Portugal para a concessão de crédito.
Estas regras começaram a ter efeito nesse mês e preveem, entre outros critérios, que a despesa com prestações de empréstimos, ao consumo e à habitação, não ultrapasse metade do rendimento das família.
“São feitos por dia quase 600 créditos para comprar carro”. Depois encostam-nos à porta de casa à espera de receberem uns trocos para a gasosa, não esquecendo os custos de manutenção, desgaste, seguros, etc. País de ricos com gente rica! Andar de transportes públicos? Isso é para os plebeus…
Como diz o primeiro-ministro o país está bem e recomenda-se. Daí quase todos os portugueses comprarem carro a crédito. Haja dinheiro… perdão… crédito…
Temos diante dos olhos a educação e a cultura que as escolas e as universidades portuguesas têm incutido nas sucessivas gerações que por elas têm passado e nos “jovens altamente qualificados e classificados”: viver de fachadas e embustes; comprar a crédito sem querer saber se podem pagar; investimento em bens perecíveis e rapidamente desvalorizáveis; bancos coniventes com a irresponsabilidade geral por já não terem outras fontes de rendimento e, portanto, a sobrevivência ameaçada; ausência de visão e planos a médio/longo prazo. Com gente assim nunca este Portugal sairá da cepa torta, o futuro está mais do que hipotecado.
O português médio trabalha quase metade do ano (320€ por mês, em 800€ que é o salário médio líquido) para pagar as despesas totais do seu carro. Elas são o seguro, o combustível, as revisões, reparações, possível crédito automóvel, desvalorização do veículo, lavagens, eventuais multas, IUC, portagens e parqueamento. Esse custo total ultrapassa muitas vezes os 500€ por mês, mas as pessoas não fazem essa contabilidade porque as contas que se pagam aparecem distribuídas pelo ano em diferentes parcelas. Faça você mesmo as suas contas em http://autocustos.info e poderá ficar surpreso com o resultado final! Pense depois quanto ganha por mês e quantos meses tem de trabalhar para suster o seu carro!
Já dizia a minha falecida mãe: remenda o teu pano e durará para o ano, torna a remendar e tornará a durar. O meu velhinho carro já vai nas 20 primaveras e todos os meses faz uma viagem de 400 km à Serra da Estrela.