“50 sombras de Grey” é tão tórrido como um bife de soja

Universal Studios

Jamie Dornan e Dakota Johnson como Christian Grey e Anastasia Steele na “Entertainment Weekly”

“50 sombras de Grey” tem feito furor em todo o mundo, por causa das suas cenas eróticas, e até foi interditado em países como a Malásia. Mas, em França, pode ser visto por maiores de 12 anos e diz-se que é “tão tórrido como um bife de soja”.

O filme realizado pela britânica Sam Taylor-Wood está a ser um sucesso de bilheteira e parece vir conquistando o público que tem pago para o ver nas salas de cinema. Mas alguns críticos são ferozes com a obra cinematográfica, particularmente em França, o país que deu ao mundo filmes eróticos míticos como “Emanuelle” e “Histoire d’O“.

O jornal Libération tem uma crítica absolutamente contundente, referindo-se à história de amor entre um homem rico, Christian Grey (Jamie Dornan), e uma estudante, Anastasia Steele (Dakota Johnson), que entra no mundo das práticas sado-masoquistas pelas mãos do primeiro, como “uma novela maso tão pouco subversiva como o best-seller”.

Este diário resume o filme a um “conto de fadas reaccionário”, com “diálogos insignificantes” e uma “celebração absoluta das normas e dos estereótipos de género”.

De Anastasia Steele, o crítico do Libération diz que é “uma Branca-de-Neve, virgem aos 21 anos, à espera que o seu príncipe venha” e fala de Christian Grey como um “Aladino“.

“No fundo, em duas horas, só há suplício para uma única pessoa: o espectador”, conclui também.

No jornal Le Figaro fala-se de “um filme sem erotismo” que é “tão tórrido como um bife de soja”. Criticando o “casting” dos actores, este diário nota que “Jamie Dornan é tão atraente como o Ken no avião da Barbie”.

Esta mesma publicação questiona também porque é que o filme está interditado aos menores de 17 anos nos EUA, considerando que “as cenas mais “quentes” foram cortadas”.

De facto, a versão que se estreia por estes dias em cinemas por todo o mundo assume um tom bem mais ligeiro do que a obra escrita por E. L. James, excluindo da tela algumas das imagens mais marcantes do livro. Uma inevitabilidade comercial, que permite uma maior abrangência em termos da distribuição e da classificação do filme. Em França, por exemplo, está cotado como para maiores de 12 anos.

Este facto garante mais sucesso de bilheteira, mas deixa pelo caminho aquilo que muitos definem como o “porno para mulheres” que foi tão marcante, aquando do lançamento do livro, em 2011.

SV, ZAP

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